Dólar dispara a R$ 5,20 com risco político e cenário externo; Bolsa cai

Humor dos investidores é pressionado por expectativas em torno da condução da política monetária nos EUA e desdobramentos da CPI da Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 06/07/2021 12h51 - Atualizado em 06/07/2021 14h06
FERNANDA LUZ/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Mão segura notas de dólar Dólar recua com mercados analisando impactos da inflação nos EUA

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo negativo nesta terça-feira, 6, pressionados pelas turbulências políticas em Brasília e investidores à espera da ata do último encontro do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos. Por volta das 12h45, o dólar registrava forte alta de 1,78%, cotado a R$ 5,178. A divisa norte-americana atingiu a mínima de R$ 5,077, enquanto a máxima foi a R$ 5,205. Este foi o maior valor do dólar na variação intradiária desde o fim de maio. O câmbio encerrou a véspera com alta de 0,68%, cotado a R$ 5,088. Seguindo o mau humor internacional, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, operava com queda de 1,15%, aos 125.465 pontos. O pregão desta segunda-feira, 5, fechou com recuo de 0,55%, aos 126.920 pontos.

O Fed divulga nesta quarta-feira, 7, a ata do encontro realizado no mês passado para discutir a condução da política monetária norte-americana. Investidores temem que os recentes resultados que indicam a recuperação da economia, como a geração de empregos em junho acima do esperado, e os dois avanços seguidos da inflação nos últimos meses, levem ao corte de estímulos. Atualmente, o Fed mantém a compra de US$ 120 bilhões por mês de títulos públicos e segura a taxa de juros em valores mínimos para dar tração ao processo de retomada da economia após o choque da crise sanitária.

No cenário doméstico, todas as atenções estão na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e os possíveis reflexos das investigações no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Senadores ouvem a servidora Regina Célia Silva Oliveira, fiscal de contratos do Ministério da Saúde, responsável por autorizar a compra da vacina Covaxin mesmo diante de denúncias de supostas irregularidades. Ela foi citada na sessão do dia 25 de junho pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e por Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística da pasta, que afirmou, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), ter sofrido “pressão anormal” para liberar a aquisição do imunizante indiano.

 

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