Dólar fecha em alta, mas acumula queda de 4,8% em junho; Ibovespa recua

Internamente, mercado reage a ruídos políticos e taxa de desemprego em patamar recorde; disseminação da variante Delta da Covid-19 gera temor global

  • Por Jovem Pan
  • 30/06/2021 17h21 - Atualizado em 30/06/2021 18h06
Dado Ruvic/Reuters Cédulas de dólar enroladas em frente um fundo vermelho Inflação ao consumidor vai ao maior nível desde dezembro de 1990

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam esta quarta-feira, 30, no campo negativo com as atenções divididas entre o ruído político doméstico e o mau humor internacional pela disseminação da variante Delta do novo coronavírus. O dólar fechou com avanço de 0,63%, a R$ 4,973. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,023, enquanto a mínima não passou de R$ 4,953. Apesar do dia negativo, a moeda encerrou junho com queda de 4,8%, o terceiro mês seguido com valorização do real ante o dólar. No ano, a divisa soma queda de 4,1%. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou com retração de 0,41%, aos 126.801 pontos. O desempenho faz o principal índice da B3 encerrar o mês praticamente estável, com leve alta de 0,46%, enquanto desde o início do ano acumula avanço de 6,54%.

No cenário doméstico, investidores acompanharam os desdobramentos da denúncia de pedido de propina de um servidor do Ministério da Saúde para a aquisição de vacinas contra a Covid-19. Em nota, a pasta afirmou que exonerou o diretor de logística Roberto Dias após a divulgação do caso. Ainda em Brasília, o empresário Carlos Wizard prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. O executivo é apontado como integrante de um suposto gabinete paralelo montado para auxiliar o governo federal durante a pandemia do novo coronavírus. O mercado também analisou a manutenção da taxa de desemprego em patamar recorde. Entre o trimestre de fevereiro e abril deste ano, o índice ficou em 14,7%, totalizando 14,8 milhões de brasileiros sem trabalho. Dados do Banco Central mostraram que a dívida pública em maio recuou para 84,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o terceiro mês seguido de retração.

Na pauta internacional, os mercados seguem apreensivos com a disseminação da variante Delta do novo coronavírus em diversas regiões do mundo. O crescimento da nova cepa, possivelmente mais transmissível, gera temor pela volta de medidas de isolamento social e a desaceleração da retomada da economia global. Focos da variante fizeram Sydney, a cidade mais populosa da Austrália, entrar em novo lockdown de duas semanas. Países da Europa, como Portugal e Reino Unido, também estudam mudar o cronograma de reabertura diante do risco de uma nova onda de infecções.

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