Dólar fica instável à espera da definição dos juros; Bolsa sobe

Banco Central dele elevar a Selic ao maior patamar desde 2017 em meio ao aumento das pressões inflacionárias; votação da PEC dos Precatórios no Congresso também segue no radar

  • Por Jovem Pan
  • 27/10/2021 12h20 - Atualizado em 27/10/2021 12h28
ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Cédulas e moedas de dólar sobre uma bandeira dos Estados Unidos Dólar registra alta com retomada do clima de tensão no leste da Europa

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta quarta-feira, 27, dia de definição da taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). O aumento da pressão inflacionária gerada pela elevação do risco fiscal faz analistas preverem acréscimo entre 1,25 e 1,50 ponto percentual. Atualmente, a Selic está em 6,25% ao ano. Em ambos os casos, o resultado deixa a taxa no patamar mais alto desde setembro de 2017, quando estava a 8,25% ao ano. Por volta das 12h10, o dólar operava com crescimento de 0,17%, a R$ 5,583. A divisa norte-americana chegou a bater a máxima de R$ 5,589, enquanto a mínima não passou de R$ 5,538. A moeda passou a maior parte da manhã em queda, mas inverteu o sinal, apesar de não se firmar na alta. O câmbio encerrou a véspera com avanço de 0,32%, a R$ 5,573. A despeito do cenário negativo nos principais mercados globais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, opera com alta de 1,40%, aos 107.907 pontos. O pregão desta terça-feira, 26, fechou com queda de 2,11%, aos 106.419 pontos.

O Copom divulga depois das 18h a nova taxa básica de juros da economia brasileira, na penúltima reunião de 2021. Após duas altas seguidas de 1 ponto percentual — passando a Selic de 4,25% em junho, para 6,25% em setembro —, a autoridade monetária deve elevar o aperto em meio ao avanço da inflação em 2021 e a contaminação do cenário de 2022. A prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi a 1,20% em outubro, o maior resultado para o mês desde 1995, e soma 10,34% nos últimos 12 meses. A expectativa de deterioração das contas públicas aumentou com as manobras do governo federal e do Congresso para a mudança no teto de gastos. Dados do Boletim Focus, que reúne a estimativa do mercado para a economia, mostram aumento da projeção para a inflação neste ano a 8,96%. Em 2021, o BC tem como centro da meta 3,75%, com variação de 2,25% e 5,25%. A projeção para 2022 subiu para 4,40%. Em 2022, a autoridade monetária persegue a meta de 3,50%, com margem de 2% e 5%. Para a Selic, as projeções passaram para 8,75% ao fim deste ano, e 9,5% em 2022.

Ainda na pauta doméstica, a taxa de desemprego recuou para 13,2% no trimestre encerrado em agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta que 13,7 milhões de brasileiros estão desocupados, enquanto o número de empregados chega a 90,2 milhões de pessoas, um crescimento de 4% em relação ao trimestre móvel anterior, e de 10,4% no ano. O mercado também segue acompanhando os desdobramentos em Brasília para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios na Câmara dos Deputados. A votação estava prevista para ontem, mas foi adiada após mobilização da oposição. O parecer do relator, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), já foi aprovado pela comissão especial da Câmara na última quinta-feira, 21. O texto determina um limite aos pagamentos das dívidas reconhecidas da União, traz mudanças no teto de gastos e permite a abertura de R$ 83 bilhões no Orçamento de 2022 para o custeio do Auxílio Brasil.

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