Dólar perde fôlego e fecha estável com mercado à espera do Copom; Bolsa cai
Câmbio fica em R$ 5,27 com expectativa de indicação dos rumos da política monetária; Ibovespa recua 1,2%
O dólar interrompeu a sequência de queda nesta quarta-feira, 2, e fechou praticamente estável com investidores à espera da divulgação do reajuste da taxa de juros pelo Banco Central (BC). O câmbio, que abriu em queda e chegou a subir quase 1%, perdeu fôlego durante a tarde e encerrou com leve alta de 0,07%, a R$ 5,276. A divisa atingiu a máxima de R$ 5,315, enquanto a mínima não passou de R$ 5,257. A divisa norte-americana encerrou a véspera com queda de 0,62%, cotada a R$ 5,273. A despeito do clima positivo nos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia com queda de 1,18%, aos 111.894 pontos. O pregão desta terça-feira, 1º, fechou com alta de 0,97%, aos 113.228 pontos.
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve confirmar o acréscimo de 1,5 ponto percentual na Selic após as 18h30 e elevar a taxa de juros a 10,75% ao ano, o maior patamar desde 2017. A atenção do mercado se volta ao tom do BC para os próximos passos da política monetária, principalmente sobre uma possível indicação da manutenção da escalada ou a desaceleração dos juros. O mercado estima que a Selic encerre o ano a 11,75% ao ano, segundo previsões do Boletim Focus divulgadas nesta segunda-feira, 31. Os dados mais recentes da inflação, no entanto, mudaram a opinião de alguns analistas, que passaram a ver os juros acima de 12% neste ano em meio aos esforços para trazer a variação de preços para a meta em 2022 e 2023, os anos considerados como o horizonte relevante da autoridade monetária.
No cenário internacional, investidores seguem acompanhando a escalada das tensões no leste da Europa. Segundo agências internacionais, os Estados Unidos moveram mais de três mil soldados para próximo da Ucrânia enquanto as negociações com a Rússia não avançam. Na terça-feira, Vladimir Putin acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os norte-americanos de forçarem uma guerra ao ignorarem as principais reivindicações do Kremlin nas negociações sobre a crise na região. Em sua primeira manifestação sobre a situação em mais de um mês, Putin afirmou que é essencial para os russos que a Otan se comprometa a não incluir a Ucrânia no bloco, além de retirar mísseis da Polônia e da Romênia.
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