Dólar recua após acumular alta de 5,3% em setembro; Ibovespa sobe

Mau humor no cenário internacional e volta do risco fiscal ao radar pressionam o mercado brasileiro

  • Por Jovem Pan
  • 01/10/2021 11h11 - Atualizado em 01/10/2021 17h37
Antara Foto/Hafidz Mubarak/via Reuters Mão segura diversas cédulas de dólar Dólar avança com pressão internacional em meio entraves da guerra no Leste Europeu

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta sexta-feira, 1º, a despeito do pessimismo no cenário internacional e o risco fiscal doméstico no radar dos investidores. Por volta das 11h10, o dólar registrava queda de 1,08%, a R$ 5,387. A divisa norte-americana encerrou a véspera com alta de 0,29%, a R$ 5,446. O desempenho fez o câmbio fechar setembro com avanço de 5,3%. Desde o início do ano, o dólar valorizou 5% ante o real. Ignorando o clima negativo nos principais mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com alta de 0,81%, aos 111.875 pontos. O pregão desta quinta-feira, 30, encerrou com queda de 0,11%, aos 110.979 pontos. O resultado fez o maior índice da B3 registrar queda de 6,5% em setembro, o pior saldo desde março de 2020. Desde janeiro, o Ibovespa acumula queda de 6,7%.

Os principais mercados globais operam no campo negativo com a decisão do Congresso dos Estados Unidos de adiar a votação de um pacote de infraestrutura pela falta de acordo entre republicanos e democratas. No outro lado do Atlântico, a inflação na Zona do Euro foi a 3,4% em setembro, o maior salto para o mês em 13 anos. Assim como no Brasil e em outras partes do mundo, o encarecimento da energia elétrica foi um dos principais itens que puxaram o índice para cima. Os responsáveis pela política monetária europeia afirmam que os choques são transitórios e que as pressões devem se mitigar ao longo do próximo ano.

Na pauta brasileira, o risco fiscal voltou a ganhar força nos debates no mercado com os rumores de prorrogação do auxílio emergencial.  O governo federal busca um acordo para estender o benefício ao menos até dezembro, mas encontra resistência na equipe econômica comandada por Paulo Guedes. O Ministério da Cidadania dialoga diretamente com pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com lideranças do Congresso para estender o pagamento, que tem prazo para encerrar neste mês. As tratativas caminham na direção de acrescentar dois meses no calendário, prazo visto como o suficiente para que a União consiga definir as fontes de recursos do Auxílio Brasil, o programa social projetado para substituir o Bolsa Família. Em outra frente, Bolsonaro recebeu nessa manhã o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Guedes, para debater soluções ao aumento dos combustíveis. Segundo Lira, novas discussões devem ocorrer durante o fim de semana sobre medidas de mitigação dos reajustes de preços.

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