Dólar recua para R$ 5,36 com avanço de remédio contra a Covid-19; Bolsa sobe
Cenário internacional passou para o campo positivo e puxou o mercado doméstico
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo positivo nesta sexta-feira, 1º, com o otimismo no cenário internacional após a divulgação de um remédio que reduz as internações e mortes por Covid-19. Na pauta doméstica, o risco fiscal continua pressionando o humor dos investidores. O dólar encerrou com queda de 1,42%, cotado a R$ 5,369. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,433, enquanto a mínima não passou de R$ 5,354. A divisa norte-americana encerrou a véspera com alta de 0,29%, a R$ 5,446. Acompanhando a mudança de humor internacional, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia com alta de 1,73%, aos 112.899 pontos. O pregão desta quinta-feira, 30, encerrou com queda de 0,11%, aos 110.979 pontos.
A farmacêutica MSD (empresa que nos EUA e no Canadá se chama Merck, Sharp & Dohme Corp) anunciou nesta sexta-feira que seu remédio oral contra a Covid-19, o molnupiravir, reduziu em 50% o risco de internações e mortes pela doença para pacientes de risco. A MSD e a parceira Ridgeback Biotherapeutic planejam pedir autorização para uso emergencial do medicamento para a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) “o mais rápido possível”. As empresas também enviarão solicitações a agências regulatórias de outros países. A notícia se sobrepôs aos temores com a decisão do Congresso dos Estados Unidos de adiar a votação de um pacote de infraestrutura pela falta de acordo entre republicanos e democratas. No outro lado do Atlântico, a inflação na Zona do Euro foi a 3,4% em setembro, o maior salto para o mês em 13 anos. Assim como no Brasil e em outras partes do mundo, o encarecimento da energia elétrica foi um dos principais itens que puxaram o índice para cima. Os responsáveis pela política monetária europeia afirmam que os choques são transitórios e que as pressões devem se mitigar ao longo do próximo ano.
No cenário doméstico, o risco fiscal voltou a ganhar força nos debates no mercado com os rumores de prorrogação do auxílio emergencial. O governo federal busca um acordo para estender o benefício ao menos até dezembro, mas encontra resistência na equipe econômica comandada por Paulo Guedes. O Ministério da Cidadania dialoga diretamente com pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com lideranças do Congresso para estender o pagamento, que tem prazo para encerrar neste mês. As tratativas caminham na direção de acrescentar dois meses no calendário, prazo visto como o suficiente para que a União consiga definir as fontes de recursos do Auxílio Brasil, o programa social projetado para substituir o Bolsa Família. Em outra frente, Bolsonaro recebeu nessa manhã o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Guedes, para debater soluções ao aumento dos combustíveis. Segundo Lira, novas discussões devem ocorrer durante o fim de semana sobre medidas de mitigação dos reajustes de preços.
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