Dólar sobe com influência internacional e cenário político; Ibovespa oscila

Mudanças nas taxas de juros no Brasil e EUA, tratativas de troca no Ministério da Saúde e promulgação da PEC Emergencial pressionam indicadores neste início de semana

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2021 12h46
JF DIORIO/ESTADÃO CONTEÚDO Câmbio avança nesta segunda-feira após registrar queda de 2% na semana passada Câmbio avança nesta segunda-feira após registrar queda de 2% na semana passada

O mercado financeiro brasileiro opera nesta segunda-feira, 15, pressionado pelo avanço da vacinação contra a Covid-19 nos Estados Unidos e expectativa da reunião da autoridade monetária norte-americana nesta quarta-feira, 17, e apreensivo com o cenário político brasileiro com a possível troca de comando no Ministério da Saúde, promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial e previsão de aumento na Selic pelo Banco Central também nesta quarta. Próximo das 12h40, o dólar avançava 1,49%, a R$ 5,643. A moeda chegou a bater máxima de R$ 5,650, enquanto a mínima não passou de R$ 5,533. O câmbio fechou a sexta-feira passada, 12, com avanço de 0,3%, a R$ 5,559, mas com recuo de 2% na semana. O Ibovespa, referencia da Bolsa de Valores brasileira, oscilava após operar a maior parte da manhã em alta. O índice registrava recuo de 0,08%, aos 114.071 pontos.

Investidores seguem repercutindo o avanço da imunização contra o novo coronavírus nos EUA e as expectativas da normalização das atividades econômicas mais cedo que o previsto. Também nos EUA, o Banco Central (Fed, em inglês), se reúne nesta quarta-feira para definir elevará a taxa de juros ou se vai seguir na política de manter o índice próximo de 0%. No mesmo dia, o Banco Central brasileiro deve divulgar aumento da Selic, a taxa de juros da economia brasileira, após o congelamento a 2% ao ano desde agosto de 2020. O avanço da inflação desde o último trimestre do ano passado leva analistas preverem alta de ao menos 0,25 ponto percentual no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). O mercado financeiro espera que a Selic encerre o ano a 4,5%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta manhã.

Ainda na pauta doméstica, o Congresso promulgou nesta manhã a PEC que viabiliza a retomada do auxílio emergencial após a aprovação em definitivo do texto pela Câmara dos Deputados na semana passada. O projeto passou com limite de R$ 44 bilhões ao benefício e cláusulas de ajuste fiscal, conforme defendido pela equipe econômica. A expectativa é que o governo federal encaminha nos próximos dias a medida provisória que oficializa o retorno do auxílio emergencial. As parcelas irão variar de R$ 175 a R$ 375, a depender da configuração familiar, com base em R$ 250. O benefício será pago em quatro parcelas e a expectativa do Palácio do Planalto é que o pagamento ocorra no mês de abril. “Nossa expectativa, se fosse aprovado mais rápido, nossa ideia era pagar março. Se tudo isso acontecesse em dezembro, pagava em janeiro. Acontecendo agora, em meados de março, queremos ainda em março. Possivelmente saia início de abril”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, na sexta-feira, 12.

O mercado também segue atento às tratativas em Brasília para a saída do general Eduardo Pazuello do comando do Ministério da Saúde no momento que o país passa pelo pior momento da pandemia do novo coronavírus. Segundo apuração da Jovem Pan, a saída de Pazuello foi tema de uma reunião entre o Jair Bolsonaro (sem partido) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), neste sábado, 13. Pazuello está no comando da Saúde desde junho de 2020, quando assumiu a pasta interinamente após a saída de Nelson Teich.

 

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