Mercado prevê para o fim do ano inflação a 4,6% e eleva expectativa da taxa de juros para 4,5%
Entidades e economistas consultados pelo Banco Central também enxergam dólar a R$ 5,30 e retraem expectativa de crescimento do PIB para 3,23%
O mercado financeiro revisou para cima as expectativas para a inflação, taxa de juros e dólar em 2021, ao mesmo tempo que reduziu as expectativas do Produto Interno Bruto (PIB), segundo números divulgados pelo Boletim Focus nesta segunda-feira, 15. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano com avanço de 4,6%, a décima revisão de alta seguida. Há ma semana, a expectativa para o indicador oficial da inflação brasileira era de 3,98%, enquanto há um mês chegava a 3,62%. O valor se mantém acima do centro da meta de 3,75% perseguida pela autoridade monetária nacional, com margem para flutuar entre 2,25% e 5,25%. A inflação encerrou o ano de 2020 a 4,52%. O IPCA registrou avanço de 0,86% em fevereiro, e acumula alta de 5,2% nos últimos 12 meses, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na semana passada. O ministro da Economia, Paulo Guedes, projeta que a inflação mantenha rota ascendente e alcance 6% até julho.
A previsão de alta do IPCA também fez o mercado projetar avanço da Selic para 4,5% em 2021, ante previsão de 4% na semana passada e 3,75% há um mês. A taxa de juros é a principal ferramenta do Banco Central para regular a inflação e atualmente está a 2% ao ano, o nível mais baixo da história. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta terça-feira, 16, e na quarta-feira, 17 deve revelar nova alta na taxa básica de juros. A pressão dos índices inflacionários desde o último trimestre de 2020 faz analistas preverem aumento de ao menos 0,25 ponto percentual na Selic. Dados do Boletim Focus também mostram novo arrefecimento das expectativas do mercado na recuperação da economia brasileira neste ano. Economistas e entidades passaram a apontar alta de 3,23% do PIB em 2021, a segunda semana seguida de revisão para baixo. Na edição anterior, o número estava em 3,26%, enquanto há um mês chegava a 3,43%. A soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil em 2020 fechou com queda histórica de 4,1%.
Ao mesmo tempo, os analistas consultados pela autoridade monetária nacional enxergam o dólar a R$ 5,30 até o fim deste ano. Esta foi a quarta revisão na expectativa. Há uma semana, a previsão era de R$ 5,15, enquanto há um mês a projeção indicava o dólar a R$ 5,01. A moeda americana opera em alta de 1,6% nesta manhã, cotada a R$ 5,637. O câmbio fechou a sexta-feira passada, 12, com avanço de 0,3%, a R$ 5,559. No acumulado da semana, no entanto, o dólar recuou 2%.
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