Dólar sobe para R$ 5,17 e Ibovespa cede com mercado de olho no Copom

Investidores aguardam pelo recado passado pelo Banco Central sobre avanço da inflação e possíveis cortes nos próximos encontros

  • Por Jovem Pan
  • 09/12/2020 18h47 - Atualizado em 09/12/2020 18h48
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Câmbio opera pressionado neste início de semana com aumento dos títulos fixos nos Estados Unidos e previsão da inflação brasileira Dólar fica acima de R$ 5,60 com aumento do risco fiscal

O dólar fechou em alta nesta quarta-feira, 9, com a expectativa dos investidores pela divulgação da taxa básica de juros da economia brasileira pelo Banco Central (BC). É esperado que o Comitê de Políticas Econômicas (Copom) mantenha a Selic em 2% ao ano, mas que reconheça a crescente pressão inflacionária e indique possibilidade de aumento da taxa nos próximos encontros. No cenário externo, os mercados foram impactados pelo otimismo do início de vacinação no Reino Unido e da expectativa de começar a imunização contra o novo coronavírus nos Estados Unidos ainda esta semana. Também favoreceu o bom humor a proximidade da aprovação de um pacote de estímulos pelo Congresso dos EUA na casa dos US$ 900 bilhões. A moeda norte-americana encerrou com avanço de 0,87%, a R$ 5,172. A divisa chegou a atingir o piso de R$ 5,088, enquanto a máxima não passou dos R$ 5,197. Este é o segundo dia seguido que o dólar fecha com valorização ante o real. Na véspera, as negociações encerraram com alta de 0,14%, cotado a R$ 5,127. As indefinições com a taxa de juros também pesaram na Bolsa de Valores brasileira. O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão com queda de 0,70%, aos 113.001 pontos.

O anúncio do Copom é esperado para a partir das 18h. Apesar do consenso que a taxa básica de juros da economia se manterá em 2%, os investidores aguardam pelo recado que os técnicos do Banco Central passarão sobre o avanço em sequência da inflação e se o relatório trará a projeção de aumento da Selic no curto prazo. O IPCA, índice oficial da inflação brasileira, subiu 0,89% em novembro, e nos últimos 12 meses acumula alta de 4,31% — acima do centro da meta de 4% perseguida pelo BC. Mais uma vez, o índice foi puxado pelo encarecimento dos alimentos e dos combustíveis. O aumento da inflação já era esperado pelo mercado, que prevê avanço de 4,21% neste ano, segundo divulgado pelo Boletim Focus na segunda-feira, 6. O número representa a 17ª correção seguida para cima do índice. Há quatro semanas, os analistas ouvidos pelo Banco Central estimavam alta de 3,20%. Para 2021, a expectativa é de 3,34%.

No noticiário internacional, os investidores mantêm o clima de euforia com o início da imunização contra a Covid-19 no Reino Unido com a vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech. Autoridades dos EUA se reúnem nesta quinta-feira, 10, com técnicos da farmacêutica para analisar o pedido de vacinação em caráter emergencial. Caso seja aprovada, a campanha deve iniciar já nesta sexta, 11. Também favorece o bom humor dos investidores os avanços na aprovação pelo Congresso norte-americano do pacote de estímulos na ordem de US$ 900 bilhões.

 

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.