Dólar ultrapassa R$ 5,75 com mercado à espera de PEC; Ibovespa recua

Queda história de 4,1% do PIB de 2020 pressiona humor dos investidores nesta quarta-feira

  • Por Jovem Pan
  • 03/03/2021 12h39
Carlos Severo/ Fotos Públicas Dólar dispara nesta quarta-feira com mercado pressionado pelo risco fiscal e resultado negativo do PIB Dólar dispara nesta quarta-feira com mercado pressionado pelo risco fiscal e resultado negativo do PIB de 2020

O mercado financeiro brasileiro atravessa grave turbulência nesta quarta-feira, 3, com investidores à esperada da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial e analisando o tombo histórico de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Próximo das 12h35, o dólar disparava 1,55%, a R$ 5,753. A moeda chegou a bater máxima de R$ 5,759, enquanto a mínima não passou de R$ 5,672. Na véspera, o dólar fechou com avanço de 1,16%, cotado a R$ 5,666. O cenário doméstico e o mau humor nos mercados internacionais fazem o Ibovespa, principal referência da Bolsa de Valores brasileira, recuar 2,16%, a 109.064 pontos. O pregão fechou esta terça-feira, 2, com alta de 1,09%, aos 111.539 pontos.

O Senado deve votar nesta terça-feira a PEC Emergencial, texto que abre espaço no orçamento para a retomada do auxílio. O projeto precisa de ao menos 49 manifestações favoráveis, em dois turnos, para ser chancelado. Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que o texto deve ser votado de imediato no plenário assim que passar pelo Senado. A declaração foi dada após encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e do relator da PEC, senador Marcio Bittar (MDB-AC). O texto que cria cláusulas de calamidade para o corte de gastos deveria ter sido votado pelo Senado na última quinta-feira, 25, mas a decisão foi adiada pela falta de consenso entre líderes do Congresso.

Investidores também analisam o tombo de 4,1% do PIB em 2020 na comparação com o ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira, 3. Este foi o pior desempenho da série histórica atual, iniciada em 1996, em um ano marcado pela pandemia do novo coronavírus e a paralisação da economia global por conta das medidas de isolamento social. Na comparação com a série anterior, com início em 1948 e metodologia diferente, este foi o terceiro maior tombo, atrás apenas dos recuos de 4,3% registrados em 1981 e 1990. No acumulado do ano, o PIB em valores correntes totalizou R$ 7,4 trilhões. O resultado interrompe a sequência de três anos de altas após os crescimentos pífios de 1,4% em 2019, 1,8% em 2018 e 1,3% em 2017, e consolida a nova década perdida com crescimento acumulado de aproximadamente 0,2%, ante média de 1,6% registrada no intervalo entre 1981 e 1990, segundo levantamento do banco Credit Suisse.

 

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