Dólar vai a R$ 5,05 com tensão em Brasília e cenário externo; Bolsa sobe

Mercado divide a atenção entre pedido de investigação contra Jair Bolsonaro e bom humor com dados do emprego nos Estados Unidos

  • Por Jovem Pan
  • 02/07/2021 17h48 - Atualizado em 02/07/2021 17h53
Agência Brasil Dólar volta a fechar a semana acima de R$ 5 com investidores avaliando riscos políticos domésticos Dólar recua com mudança no mercado internacional e otimismo por medicação contra o novo coronavírus

O humor do mercado financeiro ficou divido nesta sexta-feira, 2, entre as tensões políticas em Brasília e o otimismo internacional com a divulgação de dados do emprego nos Estados Unidos. O dólar caminhou sem direção durante a maior parte do dia e encerrou com leve alta de 0,16%, cotado a R$ 5,053. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,074, enquanto a mínima não passou de R$ 4,988. O resultado fez a moeda norte-americana registrar avanço de 2,3% na semana, e 1,6% na prévia de julho. Desde janeiro, o dólar recuou 2,6%. Ignorando os ruídos domésticos, o Ibovespa, referência da B3, fechou o dia com alta de 1,56%, aos 127.621 pontos. O pregão encerrou a semana praticamente estável, com alta de 0,28%, enquanto na prévia do mês a queda foi de 0,64%. Desde janeiro, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira acumulou valorização de 7,22%.

O clima político doméstico se deteriorou nesta manhã após a PGR pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo crime de prevaricação na compra da vacina Covaxin. A manifestação ocorreu horas depois de a ministra Rosa Weber negar o pedido da PGR para que a investigação só fosse instaurada após o término da CPI da Covid-19, que apura as ações e omissões do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. “A questão política tem incomodado os humores dos investidores, salgando um pouco mais o apetite do mercado que já vem bastante destemperado por causa da proposta da reforma tributária”, afirma Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos. Ainda na pauta doméstica, a produção industrial cresceu 1,4% em maio, o primeiro resultado positivo em três meses. Apesar do bom desempenho, o avanço não foi o suficiente para apagar a retração de 4,7% acumulada entre fevereiro e abril.

No cenário internacional, o Departamento do Trabalho dos EUA anunciou nesta sexta-feira a criação de 850 mil empregos urbanos em junho, acima das expectativas de 706 mil postos de trabalho. Apesar do resultado positivo, a taxa de desemprego foi 5,9%, enquanto as expectativas apontavam para 5,6%. Mercados em todo o mundo analisam os resultados e os possíveis impactos na política monetária norte-americana. O principal temor é que a sinalização de uma retomada mais robusta faça o Federal Reserver (Fed), o Banco Central norte-americano, revisar a estratégia de estímulos com a compra de títulos públicos e a manutenção dos juros em patamares mínimos.

 

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