Dólar vai a R$ 5,35 e fecha 2ª semana seguida em alta; Bolsa segura os 122 mil pontos
Humor dos mercados segue pressionado pelo risco de redução da política de estímulos nos Estados Unidos

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam nesta sexta-feira, 21, no campo negativo, pressionados pelo temor internacional com a redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos. Na cena local, a semana foi marcada por novos embates na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. O dólar fechou com alta de 1,44%, a R$ 5,353, depois de bater a máxima de R$ 5,356 e a mínima de R$ 5,272. Esta foi a maior cotação do câmbio desde o início do mês. A moeda encerrou a semana com o avanço acumulado de 2,6%, o segundo período seguido de valorização ante o real. No mês, o dólar registra queda de 1,4%, enquanto desde o início do ano a valorização acumula 3,2%. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, se manteve praticamente estável pelo terceiro dia seguido e registrou leve queda de 0,09%, aos 122.592 pontos. O índice acumula alta de 0,6% na semana e 3% no mês e em 2021.
Apesar de dados de recuperação da indústria na Europa e EUA em abril, os mercados seguiram analisando a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) que revelou que membros do Banco Central dos EUA (Fed) afirmaram no mês passado que a recuperação da economia justificaria a redução da política de estímulos, como a compra de títulos públicos e a manutenção da taxa de juros em níveis mínimos. O encontro ocorreu antes da divulgação de alta de 4,2% da inflação de abril, bastante acima do esperado pelo mercado. O Fed, no entanto, manteve a opinião de que o avanço inflacionário é transitório e que não deve mudar as metas da economia enquanto a medida não impactar significativamente na criação de empregos e na inflação.
Na pauta doméstica, o governo federal indicou a liberação de R$ 4,8 bilhões para ministérios e órgãos após a redução de R$ 98 bilhões do déficit primário no segundo bimestre. O cenário político foi marcado pelos depoimentos mais aguardados da CPI da Covid-19. Na terça-feira, senadores interrogaram o ex-chanceler, Ernesto Araújo, que negou ter incentivado ações de atrito com a China. Já na quarta e quinta-feira, a CPI recebeu o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chefe que ficou à frente da pasta por mais tempo durante a pandemia. Os trabalhos serão retomados nesta terça-feira, 25, com o depoimento da secretária do Trabalho e Gestão na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”.
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