Dólar vai a R$ 5,50 com apreensão pela pandemia e risco fiscal; Ibovespa cai

Investidores repercutem crescimento da Covid-19 em diferentes partes do mundo; risco fiscal e ameaça de greve dos caminhoneiros também pressionam o humor do mercado

  • Por Jovem Pan
  • 29/01/2021 11h37
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Dólar caiu nesta quinta-feira, um dia depois de o Banco Central aumentar a taxa de juros da economia brasileira Dólar opera em queda com tratativas de diminuir a tensão no Leste da Europa

O mau humor internacional com o avanço da pandemia do novo coronavírus e a apreensão doméstica com o risco fiscal e ameaça de paralisação dos caminhoneiros a partir de 1º de fevereiro pressionam o mercado financeiro nesta sexta-feira, 29. Às 11h36, o dólar encaminhava para fechar mais uma semana em alta, com valorização de 1%, cotado a R$ 5,492. A divisa norte-americana chegou a bater a máxima de R$ 5,505, enquanto a mínima não baixo de R$ 5,422. Na véspera, a moeda fechou com alta de 1,5%, a R$ 5,407. Seguindo o pessimismo dos principais mercados lá fora, a Bolsa de Valores brasileira opera em queda. O Ibovespa, principal índice da B3, recuava 1,28%, aos 117.360 pontos. O pregão desta quinta fechou com alta de 2,59%, aos 118.883 pontos.

Mercados ao redor do mundo mantém a apreensão com o avanço da Covid-19 e os efeitos da pandemia na reabertura da economia. Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira o recuo de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, o pior desempenho desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A tombo reforça as expectativas dos investidores pela aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão em estímulos para a maior economia do globo. Na contramão das notícias ruins, estudos publicados nesta semana apontam a eficácia de 89% da vacina Novavax. O ponto mais importante é o seu desempenho positivo também contra as variantes britânica e sul africana do coronavírus. O Reino Unido, que já tem três vacinas aprovadas para uso, agora espera uma rápida aprovação do imunizante.

No cenário doméstico, investidores continuam analisando com cautela as tratativas para o retorno do auxílio emergencial. Apesar de o Ministério da Economia ter se posicionado contra, o recrudescimento da pandemia e adoção de medidas de isolamento social mais rígidas pressionam o governo para a retomada dos benefícios. Dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira mostram que o governo teve déficit de 743 bilhões no ano passado por conta de medidas para mitigar os efeitos do novo coronavírus. A intensificação dos rumores da greve dos caminhoneiros a partir de segunda-feira, 1, também pressiona o bom humor do mercado. Diferentes entidades já manifestaram apoio ao movimento paradista, que, segundo organizadores, pode agregar 2 milhões de motoristas em todas as regiões do país. O governo busca demover os manifestantes. Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um apelo para que a greve seja suspensa e afirmou que a equipe econômica estuda a isenção de impostos federais para o barateamento do diesel, uma das principais pautas dos grevistas.

 

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