Dólar vai a R$ 5,66 com mudanças em impostos e PEC; Bolsa inverte e fecha em alta

Texto que abre espaço no orçamento para o auxílio emergencial deve ser votado no Senado nesta quarta-feira

  • Por Jovem Pan
  • 02/03/2021 18h42
Antara Foto/Hafidz Mubarak/via Reuters Mão segura diversas cédulas de dólar Dólar avança com pressão internacional em meio entraves da guerra no Leste Europeu

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operaram sobre forte pressão nesta terça-feira, 2, com o aumento de impostos para o setor financeiro, indústria química e venda de carros para deficientes em compensação da isenção de tributos federais sobre o diesel e gás de cozinha. Investidores também acompanharam as tratativas para a aprovação da PEC Emergencial e medidas de contrapartida para a retomada do auxílio financeiro aos mais vulneráveis. O dólar encerrou o dia com alta de 1,16%, a R$ 5,666. A moeda chegou a bater máxima de R$ 5,734, enquanto a mínima não passou de R$ 5,645. A divisa fechou na véspera com leve queda de 0,08%, a R$ 5,600. Depois de cair aos 107 mil pontos, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, inverteu o sinal e encerrou com alta de 1,09%, aos 111.539 pontos. O pregão desta segunda-feira, 1º, fechou com alta de 0,27%, aos 110.334 pontos. Segundo Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, os investidores ficaram menos apreensivos com a limitação por seis meses do aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para os bancos. “Ao contrário de tudo o que foi especulado, a medida vai valer a partir de julho e irá durar 6 meses, ou seja, impacto limitado no resultado dos bancos e, segundo boa parte dos analistas fundamentalistas do setor financeiro, já foi refletido em valuation na queda de ontem, sem falar do efeito compensado dos maiores créditos tributários”, afirma.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta segunda-feira a retirada do PIS/Cofins do óleo diesel e do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha. A redução dos tributos sobre o combustível terá validade para março e abril, enquanto o GLP de uso doméstico ficará isento permanentemente. Segundo dados do governo federal, as medidas diminuirão a carga tributária em 3,67 bilhões neste ano. Para 2022 e 2023, a diminuição da tributação no gás de cozinha implicará em uma queda de arrecadação de R$ 922,06 milhões e R$ 945,11 milhões, respectivamente. A medida será compensada com o aumento das taxas sobre serviços financeiros, como bancos e corretoras, indústria química e para a compra de veículos adaptados por pessoas portadoras de deficiência.

Investidores também acompanham as tratativas para a votação da PEC Emergencial no Senado e as negociações para a retomada do auxílio emergencial. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que o texto deve ser votado de imediato no plenário assim que passar pelo Senado, com votação prevista para esta quarta-feira, 3. A declaração foi dada após encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e do relator da PEC, senador Marcio Bittar (MDB-AC). O texto que cria cláusulas de calamidade para o corte de gastos deveria ter sido votado pelo Senado na última quinta-feira, 25, mas a decisão foi adiada pela falta de consenso entre líderes do Congresso. Investidores temem que o texto seja dividido e que o benefício seja liberado antes que o Legislativo chancele as medidas semelhantes à PEC de Guerra aprovada em 2020 e que excluem as despesas com o auxílio do teto de gastos.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.