Dólar vai a R$ 5,72 com cautela internacional no radar; Bolsa cai

Investidores também analisam retração de 0,4% da economia doméstica em outubro, segundo dados do Banco Central

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2021 11h42 - Atualizado em 15/12/2021 11h43
Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar desfocadas Dólar sobe e interrompe sequência de seis semanas seguidas de queda

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam nesta quarta-feira, 15, pressionados pela cautela global em dia de decisão na política monetária dos Estados Unidos. No cenário doméstico, investidores analisam a queda de 0,4% da economia brasileira em outubro, segundo dados do Banco Central (BC). O clima incerto lá fora levou o dólar para R$ 5,727 durante esta manhã. O câmbio arrefeceu ao longo da sessão e, por volta das 11h35, registrava alta de 0,26%, cotado a R$ 5,709. Na mínima, a divisa norte-americana chegou a R$ 5,660. O dólar encerrou a sessão da véspera com avanço de 0,34% — o quarto dia seguido de alta —, cotado a R$ 5,694, o maior valor desde 13 de abril, quando foi a R$ 5,717. Influenciado pelos mercados globais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava em queda de 0,52%, aos 106.204 pontos. O pregão desta terça-feira, 14, encerrou com recuo de 0,58%, aos 106.759 pontos.

Os mercados aguardam pelas divulgações das taxas de juros dos principais bancos centrais nesta semana em meio ao aumento generalizado dos índices inflacionários. O Federal Reserve (Fed), a autoridade monetária dos Estados Unidos, deve anunciar nesta tarde cortes na compra de títulos públicos, conforme já indicado pela entidade nas últimas semanas. Investidores também aguardam pelo discurso do presidente da entidade, Jerome Powell, que pode indicar mudanças nos juros, atualmente em patamares de 0% e 0,25%. A pressão para mudanças na política de estímulos ficou ainda mais forte após a alta de 0,8% da inflação em novembro na comparação com outubro, chegando ao acumulado de 6,8% em 12 meses, o maior índice registrado desde 1982. As mudanças nos EUA tendem a atrair mais investimentos ao país pelo ganho de rentabilidade, drenando parte dos recursos de outros mercados. Nesta quinta-feira, 16, os bancos centrais da Inglaterra e da Europa devem tomar direção semelhante para conter as pressões inflacionárias que se mantêm mais fortes e disseminadas após o processo de recuperação da crise sanitária.

Na pauta doméstica, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou recuo de 0,4% em outubro na comparação com setembro, segundo dados divulgados pela autoridade monetária nesta manhã. O resultado indica que o país entrou no quarto trimestre em queda em meio ao aumento da inflação e escalada dos juros. Na comparação com outubro de 2020, o IBC-Br registrou queda de 1,48%. O índice acumula alta de 4,99% no ano, e de 4,19% em 12 meses. O resultado deixa o indicador no patamar de 136,87 pontos, reforçando a queda iniciada em julho e atingindo o nível mais baixo desde setembro do ano passado, quando foi a 135,95 pontos. Ainda no cenário local, deputados devem retomar hoje a votação de trechos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios após aprovação em primeiro turno, nesta terça-feira, das mudanças feitas pelo Senado.

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