Em aceno ao Centrão, governo desmembra equipe econômica e recria o Ministério do Trabalho

Auxiliares consideram a pasta um ‘apêndice’ e não enxergam o movimento como um sinal de desprestígio a Paulo Guedes; ministro confirma mudanças na estrutura organizacional

  • Por Gabriel Bosa
  • 21/07/2021 13h06 - Atualizado em 21/07/2021 18h32
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Marcelo Casal Jr./Agência Brasil Fachada do Ministério da Economia Mudanças na PEC dos Precatórios foram apoiadas pelo Ministério da Economia

O governo federal prepara o desmembramento de parte do Ministério da Economia para a recriação da pasta do Trabalho e Previdência. Segundo informações confirmadas à Jovem Pan por membros da equipe econômica, o movimento será feito como um aceno ao Centrão para acomodar o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni (DEM), que deixa a pasta para a entrada de Luiz Eduardo Ramos, responsável pela Casa Civil. O general, por sua vez, será substituído pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). As negociações fazem parte da reforma ministerial anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã desta quarta-feira, 21, e que deve ser oficializada na próxima segunda-feira, 26. Mudanças na pasta foram confirmadas pelo ministro Paulo Guedes nesta manhã ao comentar a arrecadação da Receita Federal no primeiro semestre. “Vamos fazer uma mudança organizacional aqui também, essas novidades vão justamente na direção do emprego e da renda.”

A equipe comandada por Guedes foi criada com ar de “superministério” ao somar as pastas da Fazenda, Planejamento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Segundo membros do time econômico, a pasta da Previdência e Trabalho, atualmente comandada pelo secretário especial Bruno Bianco Leal, é considerada um “apêndice” e não é vista como essencial. O desmembramento não foi considerado um sinal de desprestígio ao ministro Guedes. A equipe econômica considera que o núcleo do ministério — Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio —, ficará intacto. De acordo com as informações, partidos do Centrão já haviam investido contra essas pastas, mas as tentativas foram rechaçadas e a entrega delas está fora de cogitação.

O presidente afirmou nesta quarta-feira que irá realizar uma reforma ministerial na próxima segunda-feira. Em entrevista à Jovem Pan News Itapetininga, Bolsonaro informou que, após a sua alta do hospital Vila Nova Star, está focado em realizar “pequenas” mudanças no comando das pastas. “Estamos trabalhando, inclusive, uma pequena mudança ministerial, que deve ocorrer na segunda-feira, para ser mais preciso, para a gente continuar aqui administrando o Brasil”, anunciou o presidente durante entrevista. Bolsonaro ainda voltou a defender que todo o seu governo foi formado por critérios técnicos, sem indicações por parte de partidos.

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