Mercado prevê PIB maior e renova alta da inflação para 5,15% em 2021
Em quarta semana seguida de revisão, fontes do Banco Central projetam crescimento de 3,45% da economia brasileira; estimativa para o IPCA se aproxima do teto de 5,25%
O mercado financeiro renovou para cima a expectativa para a expansão da economia brasileira pela quarta semana seguida e renovou a estimativa para a inflação em 2021, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira, 17. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central estimaram que o Produto Interno Bruto (PIB) feche o ano com avanço de 3,45%, ante previsão de 3,21% na semana passada, e 3,04% há um mês. A estimativa é semelhante a conferida no início deste ano para a retomada da economia após o tombo histórico de 4,1% em 2020. A previsão do desempenho para 2022 também foi alterado para o crescimento de 2,38%. Na semana passada, as projeções apontavam alta de 2,33%, e há um mês, 2,34%. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, recuou 1,59% em março, na comparação com o mês anterior, o primeiro registro negativo após dez meses de alta, segundo dados livres de influências sazonais divulgados nesta quinta-feira, 13. Apesar da retração, o IBC-Br acumulou avanço de 2,3% no primeiro trimestre de 2021, em paralelo com os últimos três meses do ano passado. O resultado do PIB do primeiro trimestre será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1º de junho.
As fontes do Banco Central também revisaram cima a previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pela sexta semana seguida. A expectativa para a inflação em 2021 passou para alta de 5,15%, ante 5,06% na semana passada, e 4,92% há um mês. O Banco Central persegue a meta inflacionária de 3,75%, com limite máximo de 5,25% e mínimo de 2,25%. O IPCA foi a 6,76% nos 12 meses acumulados em abril, quando registrou alta de 0,31%. A previsão da inflação em 2022 também foi renovada para alta de 3,64%. Na semana passada, o Boletim Focus mostrava estimativa de 3,61%, ante 3,60% há um mês. Para o próximo ano, o centro da meta da autoridade monetária nacional é de 3,5%, com margem de 2% e 5%. Apesar da nova previsão de avanço do IPCA, as fontes do BC conservaram a expectativa para a Selic, a principal ferramenta para o controle da inflação, em 5,5% ao ano, a mesma estimativa da semana passada. Há um mês, a projeção apontava para 5,25% ao ano.
O mercado também reduziu a previsão do dólar para R$ 5,30, ante projeção de R$ 5,35 na semana passada, e R$ 5,40 há um mês. Esta foi a segunda revisão para baixo seguida. A moeda norte-americana acumulou queda de 8,5% entre o fim de março e início deste mês em meio ao aumento do valor de commodities, a queda de juros nos Estados Unidos e o alívio do risco fiscal brasileiro após a aprovação do Orçamento de 2021. O ciclo de queda, porém, foi interrompido na semana passada, com alta de 0,8%, levando o câmbio a R$ 5,27. Na opinião de analistas, as forças que trouxeram o dólar ao menor nível em cinco meses não terão fôlego para continuar influenciando a moeda para baixo, e a divisa não deve romper a barreira dos R$ 5 neste ano ou em 2022. O dólar opera em alta nesta início de semana, cotado a R$ 5,28.
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