Guedes não descarta novo auxílio em 2021 e diz que vacinação deve custar R$ 20 bilhões

Ministro diz em comissão do Congresso que estímulos podem ser empregados, desde que respeitem o teto de gastos

  • Por Jovem Pan
  • 11/12/2020 18h07 - Atualizado em 11/12/2020 20h11
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Edu Andrade/Estadão Conteúdo Paulo Guedes é o atual ministro da Economia do Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 11, que o governo não descarta a criação de estímulos para a economia em 2021, desde que essas ferramentas estejam dentro do teto de gastos. Em conversa com deputados e senadores sobre as ações do governo contra a pandemia do novo coronavírus, Guedes disse que o auxílio emergencial será encerrado em 31 de dezembro deste ano, mas que os reflexos serão vistos na economia por mais dois meses. “Ainda há cobertura para janeiro e metade de fevereiro. E nós não descartamos ainda ferramentas que temos dentro do teto, completamente dentro do teto, e que inclusive nós usamos antes mesmo da PEC de Guerra. Temos capacidade de antecipar benefícios, de diferir arrecadações. Temos várias ferramentas que vão nos permitir essa aterrissagem ali na frente.”

O chefe da equipe econômica do governo federal também disse que a imunização da população brasileira contra a Covid-19 deve custar R$ 20 bilhões aos cofres públicos. “Se formos partir para campanha de vacinação em massa, deve ser mais ou menos mais R$ 20 bilhões”, declarou Guedes na comissão do Congresso. O ministro também afirmou que o país despendeu R$ 600 bilhões para o combate à pandemia. O montante representa 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O pagamento do auxílio emergencial consumiu a maior parte, totalizando R$ 321 bilhões. O repasse de valores para estados e municípios foi o segundo maior gasto, com R$ 60 bilhões. Já o programa do Ministério da Economia para manutenção de empregos consumiu R$ 51 bilhões.

Por diversos momentos, o ministro voltou a defender a manutenção do teto de gastos até que o governo consiga desindexar os gastos públicos. “Até não fazermos isso, precisamo de símbolos como do teto, que diz que, ou a classe política aceita o desafio de assumir o orçamento, ou ficamos espremidos por gatilhos que nos são impostos por nossa falta de disciplina.” Guedes também elencou o PEC do Pacto Federativo, que dá mais autonomia para a classe política na destinação dos gastos, como principal caminho para a recuperação da economia brasileira em 2021. “A PEC do Pacto Federativo eu chamo de a boa política. É a devolução dos orçamentos públicos à decisão política. Escapar desse fóssil que é a indexação, que não protege ninguém. A indexação é uma burrice, é um erro. Você precisa da classe política decidindo sobre os orçamentos públicos. Para mim, é o grande caminho à frente. É a reforma das reformas.”

 

 

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