Indústria brasileira perde fôlego e cresce 0,4% em janeiro, o pior desempenho desde abril de 2020
Apesar de manter nove meses seguidos de resultados positivos, dados de janeiro mostram queda na maior parte dos setores pesquisados pelo IBGE
A atividade industrial brasileira cresceu 0,4% em janeiro ante dezembro de 2020, o nono mês consecutivo de alta, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira, 5. Apesar do desempenho positivo, este foi o pior resultado desde abril do ano passado, quando houve queda de 19,5%, no auge da pandemia do novo coronavírus, e sinaliza a perda de fôlego da indústria no início deste ano. A partir de maio de 2020, a produção entrou em rota ascendente com alta de 8,7%, seguida pelo pico de 9,6% em junho e crescimento de 8,6% em julho. Em agosto o ritmo começou a cair, passando para alta de 3,4%, seguida de 2,8% em setembro, 1,1% em outubro, 1,2% em novembro e 0,9% em dezembro. A atividade industrial fechou 2020 com contração de 4,5%, a maior queda em quatro anos. Na comparação com janeiro do ano anterior, o setor baixou 2%. Dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado nesta semana mostram que a indústria recuou 3,5%.
O resultado faz o setor acumular crescimento de 42,3%, eliminando a perda de 27,1% registrada entre março e abril, que havia levado a produção ao nível mais baixo da série. “Observamos a manutenção do comportamento positivo do setor industrial, mas com desaceleração no seu ritmo no mês de janeiro. Em abril do ano passado, a diferença para o patamar recorde era de -38,8%. Agora estamos mais perto (-12,9%), mas ainda com uma perda de dois dígitos”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo. Além da desaceleração, a queda atingiu 14 dos 26 setores observados pelo IBGE, a primeira vez desde o início da retomada. A influência positiva mais relevante foi assinalada pela atividade de produtos alimentícios, que avançou 3,1%, eliminando, assim, parte da redução de 11% acumulada nos três últimos meses de 2020. Por outro lado, entre as 14 atividades que apontaram recuo na produção, metalurgia, com queda de 13,9%, apontou o principal impacto negativo em janeiro, interrompendo, dessa forma, seis meses de taxas positivas consecutivas e que acumularam expansão de 59% nesse período.
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