Indústria brasileira perde fôlego e cresce 0,4% em janeiro, o pior desempenho desde abril de 2020

Apesar de manter nove meses seguidos de resultados positivos, dados de janeiro mostram queda na maior parte dos setores pesquisados pelo IBGE

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2021 12h02
EFE/EPA/SEBASTIEN COURDJI Medidas de isolamento social reeditadas em março foram apontadas como principal responsável pela queda da economia do mês Medidas de isolamento social reeditadas em março foram apontadas como principal responsável pela queda da economia do mês

atividade industrial brasileira cresceu 0,4% em janeiro ante dezembro de 2020, o nono mês consecutivo de alta, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira, 5. Apesar do desempenho positivo, este foi o pior resultado desde abril do ano passado, quando houve queda de 19,5%, no auge da pandemia do novo coronavírus, e sinaliza a perda de fôlego da indústria no início deste ano. A partir de maio de 2020, a produção entrou em rota ascendente com alta de 8,7%, seguida pelo pico de 9,6% em junho e crescimento de 8,6% em julho. Em agosto o ritmo começou a cair, passando para alta de 3,4%, seguida de 2,8% em setembro, 1,1% em outubro, 1,2% em novembro e 0,9% em dezembro. A atividade industrial fechou 2020 com contração de 4,5%, a maior queda em quatro anos. Na comparação com janeiro do ano anterior, o setor baixou 2%. Dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado nesta semana mostram que a indústria recuou 3,5%.

O resultado faz o setor acumular crescimento de 42,3%, eliminando a perda de 27,1% registrada entre março e abril, que havia levado a produção ao nível mais baixo da série. “Observamos a manutenção do comportamento positivo do setor industrial, mas com desaceleração no seu ritmo no mês de janeiro. Em abril do ano passado, a diferença para o patamar recorde era de -38,8%. Agora estamos mais perto (-12,9%), mas ainda com uma perda de dois dígitos”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo. Além da desaceleração, a queda atingiu 14 dos 26 setores observados pelo IBGE, a primeira vez desde o início da retomada. A influência positiva mais relevante foi assinalada pela atividade de produtos alimentícios, que avançou 3,1%, eliminando, assim, parte da redução de 11% acumulada nos três últimos meses de 2020. Por outro lado, entre as 14 atividades que apontaram recuo na produção, metalurgia, com queda de 13,9%, apontou o principal impacto negativo em janeiro, interrompendo, dessa forma, seis meses de taxas positivas consecutivas e que acumularam expansão de 59% nesse período.

 

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