Indústria cresce 1,2% em novembro, mas ainda acumula perdas em 2020

É o sétimo mês consecutivo de alta após a crise gerada pelo novo coronavírus; setor está 13,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011

  • Por Jovem Pan
  • 08/01/2021 12h09
Rodrigo Felix Leal/AEN-PR Levantamento da CNI mostra que produtividade está em ritmo lento desde crise dos anos 2015 e 2016 Levantamento da CNI mostra que produtividade está em ritmo lento desde crise dos anos 2015 e 2016

A atividade industrial brasileira cresceu 1,2% em novembro ante outubro, o sétimo mês consecutivo de índice positivo, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira, 8. Apesar do desempenho positivo, a produção da indústria está 13,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. De janeiro a novembro, o setor acumula queda de 5,5%, enquanto na soma de 12 meses, o tombo é de 5,2%. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) indicam a perda de fôlego da atividade industrial brasileira depois o início de recuperação da crise gerada pelo novo coronavírus. O segmentou começou a despencar em março, ao registrar retração de 9,4%, e alcançou o fundo do poço no mês seguinte, com queda de 19,5%. A partir de maio a produção entrou em rota ascendente com alta de 8,7%, seguida pelo pico de 9,6% em junho e crescimento de 8,6% em julho. A partir de agosto houve queda no ritmo, passando para alta de 3,4%, seguida de 2,8% em setembro e 1,1% em outubro.

Todas as quatro grandes categorias pesquisadas pelo IBGE apresentaram avanço em novembro, com destaque para bens de capital, com alta de 7,4%. Bens de consumo apresentaram alta de 2,1%, enquanto a indústria geral cresceu 1,2% e bens intermediários registraram avanço de 0,1%. A despeito do desempenho positivo em novembro, todas as categorias retraíram no acumulado do ano e na comparação com os últimos 12 meses. Para o gerente da pesquisa, André Macedo, o resultado de novembro mostra a manutenção do quadro dos últimos meses. “O avanço é quase o mesmo do mês anterior e faz com que o setor siga ampliando o aumento com relação ao patamar pré-pandemia. E houve um predomínio no crescimento, ou seja, todas as categorias e a maior parte das atividades tiveram aumento”, explica.

O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias segue sendo a maior influência da indústria nacional. Com a alta de 11,1% apresentada em novembro frente a outubro, a atividade, após quedas nos meses críticos da pandemia, acumula expansão de 1.203,2% em sete meses consecutivos, superando em 0,7% o patamar de fevereiro. A magnitude do crescimento e a importância do setor na indústria também se dá nos reflexos em outros ramos, já que a produção de veículos influencia em atividades como metalurgia, com estímulo da produção de aço, e outros produtos químicos, área que engloba tintas de pintura, por exemplo. Ambas tiveram alta em novembro, de 1,6% e 5,9%, respectivamente. “É a tendência deste período de retomada da produção após os meses mais rigorosos de isolamento”, afirma Macedo sobre o crescimento no setor de veículos.

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