Inflação da indústria recua em novembro e tem o menor nível em 5 meses

Índice de Preços ao Produtor registra alta de 1,39% após pico histórico de 3,41% em outubro; produção de alimentos lidera avanço

  • Por Jovem Pan
  • 05/01/2021 13h09
Tasso Marcelo/Estadão Conteúdo Produção de alimentos Produção de alimentos teve o maior impacto no IPP em novembro, com alta de 2,76%

A inflação da “porta da fábrica” medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) desacelerou para 1,39% em novembro de 2020, após registrar pico histórico de 3,41% em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 5. Este é o menor índice desde junho, quando houve variação de 0,60%. A inflação da indústria registrou alta de 18,92% entre janeiro e novembro, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, houve avanço de 19,69%. O IPP mede a variação dos custos de 24 setores das indústrias extrativa e de transformação, sem levar em consideração os valores de impostos ou frete. Em novembro, 19 segmentos apresentaram variações positivas na comparação com o mês anterior.

De acordo com os dados do IBGE, a atividade alimentar foi o principal responsável pela alta do índice, com avanço de 2,76% no mês. “O setor representa cerca de 25% do peso do IPP, porém, em novembro, ao juntar a variação com o peso, a contribuição no resultado foi de 0,71 ponto percentual dentro dos 1,39%, ou seja, um pouco mais da metade do resultado. E este já é o quinto aumento consecutivo de preços dos alimentos, que acumulam, no ano, um crescimento de 32,01%, o maior desde 2010, e, em 12 meses, de 35,19%”, ressalta Manuel Souza Neto, gerente do IPP.

Apesar do arrefecimento do dólar em novembro, a demanda internacional continuou pressionado o preço do setor. A variação, porém, também teve contribuição de fatores domésticos. “No caso do leite, por exemplo, a oferta nas bacias leiteiras foi muito instável, em um ano no qual o clima não foi propício, e a demanda também se manteve instável por conta do isolamento social. Já outros produtos dentre os que mais influenciaram o resultado, como os derivados de soja e cana de açúcar, foram impactados pela entressafra, em um ambiente de alta de preços no mercado externo”, esclarece o pesquisador.

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