Inflação do aluguel avança 2,58% em janeiro com aumento de commodities e combustíveis

IGP-M fechou 2020 com avanço de 23,1%, puxado pela variação de commodities e disparada do dólar; em 12 meses, índice acumula alta de 25,7%

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2021 08h11 - Atualizado em 28/01/2021 08h53
Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas Levantamento da FipeZap+ trouxe dados sobre aluguel nas principais cidades braisleiras

Índice Geral de Preço – Mercado (IGP-M) avançou 2,58% em janeiro, após acumular alta de 23,14% em 2020, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira, 28. Nos últimos 12 meses, o indicador usado como base ao reajuste do aluguel acumula alta de 25,71%. Em dezembro de 2020, o IGP-M havia avançado 0,96%. No mesmo período de 2020, o índice tinha subido 0,48%, e 7,82% no acumulado de 12 meses. A alta deste mês foi puxada pelo avanço de 3,38% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que corresponde a 60% da formulação do IGP-M, ante avanço de 0,90% em dezembro. O empuxo foi liderado pelo avanço de commodities, principalmente a variação no minério de ferro, e dos combustíveis. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que soma 30% do total, cresceu 0,41% em janeiro, ante 1,21% em dezembro, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que corresponde aos 10% faltantes, subiu 0,93% em janeiro, ante 0,88% no mês anterior. Em paralelo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, acumulou alta de 4,52% no ano passado. O IPCA-15, considerado a prévia do indicador, registrou avanço de 0,78% em janeiro, o maior resultado para o mês desde 2016.

O estágio das matérias-primas brutas puxou o IPA com variação de 5,86% em janeiro, após queda de 0,74% em dezembro. O minério de ferro registrou o maior avanço, passando de 4,34% em dezembro para 22,87%. Já a gasolina automotiva avançou para 6,63% neste mês, ante  3,89% em dezembro de 2020. Soja em grão variou para -0,94%, ante -8,93% no mês anterior, enquanto enquanto o milho em grão passou de -2,17% para 1,93%. Em sentido oposto, destacam-se os itens aves (4,95% para -4,11%), cana-de-açúcar (2,46% para 0,48%) e arroz em casca (-2,57% para -6,62%). “Impulsionado especialmente pelos aumentos nos preços de commodities e de combustíveis, a taxa do IPA voltou acelerar e influenciou destacadamente o resultado do IGP-M. A variação apresentada pelo minério de ferro (4,34% para 22,87%) foi a maior influência positiva do índice ao produtor, que registrou alta de 3,38%, a maior taxa de variação desde novembro de 2020, quando havia subido 4,26%”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,41% em janeiro, ante 1,21% em dezembro. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Habitação (2,11% para 0,04%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 8,59% em dezembro para -1,06% em janeiro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,93% em janeiro, ante 0,88% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de dezembro para janeiro: Materiais e Equipamentos (2,08% para 1,43%), Serviços (0,38% para 0,48%) e Mão de Obra (0,06% para 0,61%).

Além de influenciar o preços do mercado imobiliários, o IGP-M é usado como base para reajustes inflacionários de companhias telefônicas e energia elétrica, e também é um dos indexadores para contratos de prestação de serviço, educação e planos de saúde. A disparidade na comparação com a inflação oficial é justificada pela fórmula usada nas bases de cálculos. Enquanto o IPCA leva em conta a variação de nove itens de consumo e bens, como alimentação, transporte e educação, o IGP-M é o resultado do IPA, IPC e INPC. Além de levar em consideração itens de bens e serviços, o indicador da FGV também considera matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil, e também itens de commodities, como milho, soja e minério de ferro, que possuem grande influência da variação do dólar.

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