Mercado sobe previsão da inflação para 5,9% e estima PIB de 5% em 2021

Fontes do Banco Central também elevam projeção da Selic para 6,5% ao ano após decisão do Copom; expectativa para o câmbio cai a R$ 5,10

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2021 12h15
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WAGNER PIRES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Fontes do Banco Central renovam expectativa para o cenário econômico em 2021 Fontes do Banco Central renovam expectativa para o cenário econômico em 2021

O mercado financeiro alterou para cima a previsão da inflação em 2021, ao mesmo tempo que renovou as expectativas para a recuperação da economia brasileira, a taxa de juros e o câmbio, segundo dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira, 21. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central passaram a ver o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação brasileira, a 5,9%, ante 5,82% na semana passada, e 5,24% há um mês. Esta foi a 11ª semana consecutiva de mudança para cima. A autoridade monetária persegue a meta inflacionária de 3,75%, com limite máximo de 5,25% e mínimo de 2,25%. O IPCA foi a 0,83% em maio, pressionado principalmente pelo aumento da tarifa da energia elétrica. No acumulado de 12 meses, a inflação somou alta de 8,06%. O Boletim Focus também mostrou nova previsão para a Selic, o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A previsão para a taxa de juros passou para 6,5% ao ano. Na semana passada, a estimativa batia em 6,25%, enquanto há um mês era de 5,5%. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic para 4,25% na semana passada ao acrescentar mais 0,75 ponto percentual na taxa. O colegiado sinalizou que vai acrescentar a mesma dose no próximo encontro, levando os juros para 5% ao ano, e afirmou que deve promover a normalização da taxa para o patamar considerado neutro, que, segundo analistas, é próximo de 6,5% ao ano.

As fontes do Banco Central também mostraram maior otimismo para a recuperação da economia brasileira em 2021. A projeção do Produto Interno Bruto (PIB) aumentou pela nona semana seguida e passou para 5%, ante previsão de 4,85% na semana passada, e 3,52% há um mês.  A economia nacional cresceu 1,2% no primeiro trimestre, valor acima do esperado pelos analistas. Dados dos três primeiros meses do ano já mostravam a resiliência da atividade econômica, a despeito da piora da pandemia do novo coronavírus e a disparada do número de mortes. Os números levaram a uma série de revisões do mercado para o desempenho da economia, com previsões apontando avanço de até 5,5% em 2021. A projeção para o câmbio foi alterada pela segunda semana seguida, com economistas e entidades mais confiantes no fortalecimento da moeda brasileira. As análises apontam o dólar a R$ 5,10 até o fim do ano. Na semana passada, a estimativa era de R$ 5,18, e há mês apontava para R$ 5,30. A moeda norte-americana registrou forte queda nas últimas semanas, chegando a ser vendida a R$ 4,99 pela primeira vez desde junho do ano passado. A divisa começou a semana em queda, cotada na casa de R$ 5,04.

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