MPT mantém decisão de que Ford só poderá fazer demissão em massa após fim de negociação com sindicato

Documento assinado por grupo especial de procuradores esclarece pontos da liminar encaminhada pela Justiça do Trabalho no fim de semana

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2021 17h03 - Atualizado em 15/02/2021 18h16
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Divulgação Ford anunciou em janeiro que encerrará as suas atividades no Brasil em 2021

O Ministério Público do Trabalho (MPT) reiterou neste domingo, 14, que a Ford só poderá encaminhar a demissão em massa dos trabalhadores da unidade de Camaçari, na Bahia, após o fim das negociações coletivas. O documento emitido pelo Grupo Especial de Atuação Finalística (GEAF) é uma resposta à decisão da Justiça do Trabalho da 5ª Região (Bahia), que determinou que a montadora encaminhasse os desligamentos sem que as tratativas com entidades que representam os trabalhadores estejam esgotadas. De acordo com os procuradores, a liminar apenas esclarecia alguns aspectos do acordo, como  permissão à empresa de dispensar individualmente os trabalhadores na hipótese de algum deles cometer justa causa, além de suspender a decisão que determinava à Ford que apresentasse dados de toda a rede contratual impactada pelo anúncio de encerramento abrupto de suas atividades no país. “O Grupo Especial de Atuação Finalística (GEAF) reafirma o compromisso de envidar esforços e adotar ações para minorar o grave impacto social do anúncio, com a perda estimada de cerca de 120 mil postos de trabalho, entre empregos diretos, indiretos e induzidos, e informa que está estudando os recursos a serem interpostos na ação, além da adoção de outras ações em resguardo aos interesses dos trabalhadores e da própria sociedade brasileira”, afirmou o MPT.

A Ford anunciou em janeiro que encerrará as suas atividades no Brasil em 2021 com o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE). Serão mantidas no país apenas as operações do Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo. De acordo com o comunicado, as atividades nas fábricas da Bahia e São Paulo serão fechadas imediatamente, “mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda”, enquanto as operações da montadora no Ceará e estenderão até o último trimestre deste ano. As atividades no Brasil serão absorvidas pelas fábricas da companhia no Uruguai e Argentina. “Como resultado, a Ford encerrará as vendas do EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques. As operações de manufatura na Argentina e no Uruguai e as organizações de vendas em outros mercados da América do Sul não serão impactadas”, informou a empresa em comunicado.

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