Mudanças no ministério não ameaçam o coração da política econômica, diz Guedes
Auxiliar de Bolsonaro afirma que trocas são naturais e que movimento solidifica a sustentação parlamentar do governo
Ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou nesta quinta-feira, 22, que o desmembramento da pasta para a recriação do Ministério do Trabalho e Previdência representa “zero ameaça” ao andamento da política econômica. “Está havendo uma reorganização interna, sem nenhuma ameaça ao coração da política econômica. Zero ameaça”, afirmou em conversa com jornalistas. O governo federal prepara a divisão de parte do Ministério da Economia em um movimento ao Centrão para acomodar o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni (DEM), que deixará a pasta para a entrada de Luiz Eduardo Ramos, responsável pela Casa Civil. O general da reserva, por sua vez, será substituído pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). As negociações fazem parte da reforma ministerial anunciada pelo presidente na manhã desta quarta-feira e que deve ser oficializada na próxima segunda-feira, 26.
Segundo o ministro, a mudança de peças é natural e faz parte da estratégia do governo federal para solidificar a sua sustentação parlamentar, sobretudo no Senado. “Toda reforma ministerial é um movimento político. Mas ela é feita com o cuidado para preservar o coração da política econômica. Não vai mudar a orientação da política econômica, ela é a mesma”, disse. Auxiliares do ministro já afirmaram na véspera que a separação da pasta do Trabalho e Previdência não traria desprestígio por ser uma área considerada menos essencial para a equipe econômica. Segundo Guedes, o atual secretário-especial, Bruno Bianco, deve permanecer no novo ministério. “Exatamente para dar sequência aos programas que nós já desenhamos juntos, desde a campanha. Coisas que não conseguimos implementar exatamente porque não tínhamos essa sustentação parlamentar.”
Guedes disse ainda que Onyx sempre acompanhou e auxiliou o andamento das políticas econômicas. “As sugestões novas que o Onyx traga, serão sempre no caminho liberal. O Onyx é um liberal”, disse. A equipe comandada por Guedes foi criada com ar de “superministério” ao somar as pastas da Fazenda, Planejamento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O ministro também afirmou que a decisão pelo desmembramento foi de Bolsonaro, mas que outras partes da pasta não correm o risco de serem entregues. “Temos um programa de reformas que tem que ser respeitado. Qualquer pedido feito com base só na política, que pudesse desviar o nosso programa, o presidente sempre me deu apoio total. Não vamos ceder.”
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