Petrobras anuncia novos reajustes para gasolina e diesel a partir desta sexta-feira

Esta é o 4º aumento da gasolina, que acumula alta de 31%; preço do diesel foi alterado três vezes e soma acréscimo de 25%; disparada é justificada pelo encarecimento do petróleo e disparidade do câmbio

  • Por Jovem Pan
  • 18/02/2021 11h42 - Atualizado em 18/02/2021 14h44
Divulgação/Petrobras refinaria Petroleira já anunciou dois reajustes para a gasolina e diesel desde a intervenção de Bolsonaro no comando da estatal

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira, 18, novo aumento no preço da gasolina e do diesel a partir de meia-noite desta sexta-feira, 19. Em comunicado, a estatal afirmou que vai reajustar a gasolina em R$ 0,23 por litro, aumentando o valor para R$ 2,48 o litro — acréscimo de 10,2%. Já o valor do diesel terá alta de R$ 0,34, passando para R$ 2,58 — aumento de 15,1%. Em nota, a estatal ressaltou que os reajustes são aplicados nas refinarias, e não necessariamente serão repassados integralmente aos consumidores. “Os preços praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais. O preço da gasolina e do diesel vendidos na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias da Petrobras. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis”, afirmou.

Este é o quarto aumento na gasolina que a Petrobras faz neste ano, enquanto o diesel já sofreu três reajustes. Em 18 de janeiro, a estatal aumentou a gasolina em 7,6%, e no dia 26 teve um novo acréscimo de 5%, mais 4,4% no diesel. No dia 8 de fevereiro, a estatal anunciou aumento de 8% na gasolina e 6% no diesel. Em dois meses, a gasolina já aumentou 30,8%, enquanto o diesel teve acréscimo de 25,5%. Segundo a estatal, o novo reajuste é reflexo da política de paridade internacional adotada pela empresa. “O alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros refinadores, além da Petrobras. Este mesmo equilíbrio competitivo é responsável pelas reduções de preços quando a oferta cresce no mercado internacional, como ocorrido ao longo de 2020.”

O movimento da Petrobras é justificado pela valorização do barril de petróleo no mercado internacional desde o segundo semestre do ano passado, quando o mercado financeiro começou a projetar o crescimento da economia mundial em 2021. Essa especulação fez o valor do petróleo brent — usado como referência para a Petrobras —, pular de US$ 23 o barril em março de 2020, no auge da crise gerada pela Covid-19, para US$ 54 em janeiro, segundo levantamento da LCA Consultores. Apesar dos postos de combustíveis não repassarem todo o percentual de reajuste aos consumidores, a cada nova mudança na refinaria, sobe o valor nas bombas. Em maio de 2020, o preço médio da gasolina estava em R$ 4,01, enquanto o diesel custava R$ 3,20. Dados da LCA mostram que o preço da gasolina saltou para R$ 4,61 em janeiro, enquanto o diesel foi para R$ 3,68. Com os novos reajustes, a gasolina deve chegar a chegar a R$ 5 a partir de maio, e se manter nesse valor até dezembro. Já o diesel deve rondar a casa de R$ 3,90.

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