Prévia da inflação perde fôlego em abril, mas alimentos voltam a subir

IPCA-15 avança 0,6% e acumula alta de 6,1% nos últimos 12 meses; combustíveis lideram alta

  • Por Jovem Pan
  • 27/04/2021 13h19 - Atualizado em 27/04/2021 13h25
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Tânia Rêgo/Agência Brasil Área de frutas em supermercado Valor aumentou em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, perdeu força em abril ao registrar alta de 0,60%, ante crescimento de 0,93% em março, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 27. Mais uma vez, a alta foi puxada pelo encarecimento dos combustíveis, apesar de em intensidade menor do que no mês passado. Sobretudo, o setor de alimentos — o maior vilão da inflação em 2020 e que vinha em uma sequência de quedas —, voltou a registrar avanço. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,82% e em 12 meses, de 6,17%, acima dos 5,52% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.  Em abril de 2020, a taxa regrediu 0,01% em meio ao processo de desinflação gerada pela pandemia do novo coronavírus. A inflação encerrou o mês passado com alta de 0,93%, com acumulo de 6,10% em 12 meses, acima do teto da meta de 5,25% perseguida pelo Banco Central para 2021, com centro de 3,75% e piso de 2,25%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em abril. Com avanço de 1,76%, os transportes continuam sendo a principal influência no índice, embora tenham desacelerado em relação ao resultado de março, que teve uma variação de 3,79%. A gasolina, que registrou alta de 5,49%, permanece como o produto com o principal impacto no índice. Óleo diesel (2,54%) e o etanol (1,46%) tiveram altas, mas também inferiores às registradas em março – 10,66% e 16,38%, respectivamente. Após uma sequência de reajustes nas refinarias em fevereiro e março, houve duas reduções o preço da gasolina no final do mês passado.

Os alimentos tiveram variação de 0,36%, o primeiro movimento de aceleração desde dezembro. A alimentação no domicílio passou de queda de 0,03% em março para 0,19% em abril. E o café da manhã ficou mais caro com a alta do pão francês (1,73%) e do leite longa vida (1,75%), cujos preços haviam recuado no mês anterior (-0,11% e -4,50%, respectivamente). As carnes seguem em alta (0,61%), embora com variação menor do que a de março (1,72%). Ainda no setor de alimentos, outro destaque é a alta de 0,79% na alimentação fora do domicílio, com variações positivas nos dois principais componentes: lanche (1,34%) e refeição (0,57%), que aceleraram em relação a março, contribuindo conjuntamente com 0,04 p.p. no resultado do mês.

O mercado financeiro estima que o IPCA encerre o ano com alta de 5,01%, segundo dados divulgados pelo Boletim Focus nesta segunda-feira, 26. As previsões das fontes do Banco Central estão constantemente sendo revisadas para cima, principalmente pela alta do dólar e os desafios para manter a responsabilidade fiscal. O Comitê de Política Monetária (Copom) mudou a Selic, a principal ferramenta para controlar a inflação, de 2% para 2,75% na última reunião. A previsão da autoridade monetária nacional é repetir a dose no encontro agendado para a próxima semana e jogar a taxa de juros para 3,5% ao ano.

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