Produtividade contrai 0,6% em 2020 e registra a primeira queda em seis anos
Dados da Confederação Nacional da Indústria mostram que o volume de bens produzidos caiu 4,6%, enquanto as horas trabalhadas retraíram 4,1% em ano marcado pela pandemia da Covid-19
A produtividade industrial brasileira recuou 0,6% em 2020, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta segunda-feira, 8. Esta foi a pior queda desde 2014, quando o índice retraiu 0,3% e representa a primeira retração em seis anos. O indicador representa o volume do que foi produzido dividido pelas horas trabalhadas. Em um ano marcado pela pandemia do novo coronavírus e estagnação das atividades econômicas globais por contra do isolamento social, o volume de bens produzidos no Brasil caiu 4,6%, enquanto as horas trabalhadas contraíram 4,1%. Os dados refletem o impacto da Covid-19 e a paralisação das atividades industrial no país. A indústria recuou 3,5% no ano passado, segundo dados do Produto Interno Bruto divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Não é um movimento estrutural, durador, mas a consequência de fatores atípicos que impactaram fortemente a produtividade ao longo do ano. No primeiro semestre, tivemos queda de 7,1%. Tivemos uma forte recuperação no terceiro trimestre, mas, na média anual, o indicador recuou”, afirma Samantha Cunha, economista da CNI.
No último trimestre de 2020, a produtividade do trabalho ficou praticamente estagnada, a 0,4%, com alta de 7,1% do volume produzido e 6,8% das horas trabalhadas. Em 2019, o índice fechou com alta de 0,6%, ante avanço de 0,8% em 2018, indicando que, a despeito da pandemia do novo coronavírus, a atividade industrial brasileira já vinha em ritmo de desaceleração após a retração econômica dos anos 2015 e 2016. Segundo Samantha, a produtividade importa, pois é o principal fator para o crescimento sustentado no longo prazo e aumento do padrão de vida da população. “Os ganhos de produtividade se tornam ainda mais importantes, devido às transformações demográficas pelas quais estamos passando, com aumento da proporção dos mais idosos e redução da população em idade ativa”, afirma.
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