Dólar vai a R$ 5,76 com cenário externo e expectativa com alta da inflação; Bolsa cai

Mercado acompanha aumento dos títulos do Tesouro nos Estados Unidos e dados divulgados pelo Boletim Focus nesta manhã

  • Por Jovem Pan
  • 08/03/2021 11h55 - Atualizado em 08/03/2021 11h55
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Câmbio opera pressionado neste início de semana com aumento dos títulos fixos nos Estados Unidos e previsão da inflação brasileira Dólar fica acima de R$ 5,60 com aumento do risco fiscal

O mercado financeiro brasileiro opera nesta segunda-feira, 8, pressionado com o aumento do tesouro direto nos Estados Unidos após a aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão para estímulos da economia norte-americana e a divulgação de nova alta na expectativa para a inflação brasileira em 2021, segundo dados do Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta manhã. Por volta das 11h50, o dólar avançava 0,66%, a R$ 5,721. A moeda chegou a bater R$ 5,764, enquanto a mínima não passou de R$ 5,715. O câmbio encerrou a semana passada com alta de 0,44%, a R$ 5,683 — a maior cotação desde 3 de novembro, quando encerrou a R$ 5,762. O resultado faz o dólar somar alta de 1,39% na primeira semana de março. No acumulado do ano, a moeda avançou 9,54%. O cenário também faz o Ibovespa, principal referência da Bolsa de Valores brasileira, recuar 1,14%, aos 113.890 pontos. O pregão encerrou a última sexta-feira, 5, com alta de 2,23%, aos 115.202 pontos.

Investidores acompanham a alta dos treasuries, como são chamados os títulos do Tesouro dos EUA, com a aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão pelo Senado norte-americano para aliviar a crise econômica causada pela pandemia do coronavírus. O pacote de resgate, o terceiro aprovado nos EUA desde o início da pandemia, há um ano, inclui novos pagamentos diretos de US$ 1,4 mil aos contribuintes que ganham menos de US$ 80 mil por ano, mais fundos para os governos estaduais e locais, vacinações e reabertura de escolas. Por 50 a 49 votos, o Senado deu aval ao chamado Plano de Resgate Americano, que a Câmara dos Deputados já aprovou há uma semana.

Na pauta doméstica, o mercado acompanha a expectativa de alta da inflação para avanço de 3,98%, segundo números divulgados no Boletim Focus nesta manhã. Esta é a nona revisão de alta seguida do indicador oficial da inflação brasileira. Há uma semana, a expectativa era de 3,87%, enquanto há um mês chegava a 3,6%. O novo valor se mantém acima do centro da meta de 3,75% perseguida pela autoridade monetária nacional, com margem para flutuar entre 2,25% e 5,25%. A inflação encerrou o ano de 2020 a 4,52% — acima das expectativas do mercado —, puxada principalmente pelo encarecimento dos alimentos. A meta para o Banco Central no ano passado era de 4%, com variação de 2,5% e 5,5%. Os analistas e economias consultados pelo Banco Central estão mais cautelosos com o crescimento da economia neste ano para alta de 3,26%, ante estimativa de 3,29% na semana passada. Há um mês, a previsão era de 3,47%. O PIB de 2020 encerrou com recuo histórico de 4,1%, segundo números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda no noticiário local, o mercado aguarda pela votação da PEC Emergencial pela Câmara dos Deputados, prevista para esta quarta-feira, 10, após aprovação do texto que abre espaço para o auxílio emergencial pelo Senado. A matéria passou com a emenda de limitar o benefício em R$ 44 bilhões. Segundo o relator do texto na Câmara, deputado Daniel Freitas (PSL-SC), o texto não deve sofrer alterações. O governo federal aguarda a PEC ser aprovada também pelos deputados para então publicar a medida provisória que autoriza a retomada do auxílio. A expectativa é que as novas rodadas sejam de R$ 250 para a maior parte dos beneficiados e de R$ 375 para mulheres responsáveis pelo orçamento doméstico. A primeira parcela deve ser distribuída ainda neste mês, com pagamentos previstos até junho.

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