Saiba como proteger os seus dados bancários no celular

Aumento de invasões de contas após roubo dos aparelhos durante a pandemia chama a atenção das autoridades de segurança

  • Por Gabriel Bosa
  • 20/06/2021 08h00 - Atualizado em 22/06/2021 18h21
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Marcelo Casall Jr/Agência Brasil Especialistas recomendam atenção ao usar o celular em ambientes abertos ou com grande concentração de pessoas Especialistas recomendam atenção ao usar o celular em ambientes abertos ou com grande concentração de pessoas

Os roubos e furtos de celulares evoluíram durante a pandemia da Covid-19 e se tornaram o eixo de um novo tipo de estelionato. Quadrilhas especializadas chamam a atenção das forças de segurança ao conseguir invadir smartphones e acessar contas bancárias, senhas, e-mails, contatos e toda a sorte de informações que as pessoas deixam gravadas nos aparelhos. Uma vez “dentro” do celular, os bandidos fazem uma verdadeira limpa no saldo bancário, sacando os valores ou os transferindo para outras contas, além de contrair empréstimos com o nome das vítimas. “Os marginais perceberam que a tecnologia evoluiu e como esses celulares podem ser vulneráveis. Quando abrem o celular, eles têm acesso a uma gama enorme de informações, e isso permite que eles cometam uma série de estelionatos”, afirma o delegado Roberto Monteiro, responsável pelos distritos da região central de São Paulo.

Segundo as investigações da Polícia Civil, os acessos são feitos por duas entradas. A principal é quando o celular já está “aberto”, ou seja, com a tela inicial desbloqueada. “Em muitos casos a pessoa está usando o Waze, conversando ou tirando uma foto quando o ladrão leva o aparelho. Ele mantém a tela aberta até levar ao receptador”, explica o delegado. Em outros casos, os grupos usam programas especializados para quebrar os códigos de segurança e ter acesso às informações salvas no aparelho. Em ambos os casos, os bancos podem se isentar de ressarcir os valores roubados com base de que a vulnerabilidade foi causada pela própria vítima ao deixar senhas salvas no aparelho, apesar de cada instituição ter a sua própria política para lidar com esse tipo de situação (entenda mais aqui).

Para evitar essa dor de cabeça, autoridades das forças de segurança, especialistas em proteção digital e instituições bancárias preconizam uma série de precauções, desde cuidados ao manusear o aparelho até a instalação de aplicativos que obrigam o uso de senhas para acessar determinadas áreas do celular, como o bloco de notas. Para Monteiro, o cuidado começa com a atenção do usuário ao expor o celular. “É preciso estar atento em locais com muitas pessoas, como no metrô”, orienta. Em ambientes abertos e com grande circulação, é recomendado não andar mexendo no aparelho ou deixar ele exposto. “Ninguém fica andando com maço de R$ 12 mil perto da orelha, e hoje esse é o valor que alguns celulares mais sofisticados podem alcançar. É importante ter consciência disso para não ser vítima de furto ou roubo”, afirma o delegado.

Especialistas em segurança digital e profissionais dos bancos são unânimes em alertar para o risco de deixar senhas salvas no aparelho celular. A recomendação se estende em nunca mandar senhas por e-mail ou mensagens, já que ficam salvas em arquivos e podem ser facilmente acessadas pelos campos de buscas dos programas. Segundo Felipe Palhares, sócio da área de Proteção de Dados, Tecnologia e Negócios Digitais no BMA – Barbosa, Müssnich, Aragão, o ideal é usar aplicativos gerenciadores de senha, uma espécie de “cofre” que guarda todos os códigos de acesso. “É importante nunca guardar as senhas em um local que pode ser acessado”, diz. Os bancos também recomendam que os usuários não usem a mesma senha para diferentes serviços ou contas. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que os aplicativos das instituições são seguros e que não há registros de invasão dos sistemas. A entidade ainda recomenda que os clientes nunca usem o serviço “salvar senhas” em aplicativos, sites e navegadores, além de não anotar os códigos de acesso em áreas vulneráveis. “Adicionalmente, sempre que seu celular for roubado, além de registrar o boletim de ocorrência junto a autoridade policial e a notificação a operadora de telefonia, é importante avisar imediatamente o seu Banco para que as medidas adicionais de segurança sejam adotadas”, informa.

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