Setor de serviços sobe pelo 6º mês em novembro, mas ainda não repõe perdas da pandemia

Principal contribuidor do PIB e maior empregador do país avançou 2,6% ante outubro; no acumulado do ano, porém, recuo chega a 8,3%

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2021 12h10
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Wilton Júnior/Estadão Conteúdo Bares e restaurantes foram os setores mais impactos pela nova onda de restrições em 2021 Bares e restaurantes foram os setores mais impactos pela nova onda de restrições em 2021

Atividade mais afetada pela pandemia do novo coronavírus, o índice de serviços cresceu 2,6% em novembro, o sexto mês consecutivo de alta, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) nesta quarta-feira, 13. Apesar do avanço de 19,2% entre maio e junho, o valor ainda não compensa a perda de 19,6% acumulada entre fevereiro e maio, o período mais crítico da crise. Na comparação com o penúltimo mês de 2019, o setor de serviços apresenta queda de 4,8%. No acumulado do ano, o tombo é de 8,3%, enquanto nos últimos 12 meses o recuo fica em 7,4%. Os resultados da Pesquisa Mensal de Serviço (PMS) apontam que o volume de serviços no Brasil ainda se encontra 14,1% abaixo do recorde histórico, de novembro de 2014, e 3,2% abaixo de fevereiro de 2020. As atividades no serviço são as mais relevantes para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e são responsáveis pelo maior número de empregos no país. As áreas relacionadas com o segmento, como bares, restaurantes, hotéis e transportes, foram as mais impactadas pelas medidas de isolamento social impostas para reduzir o contágio da Covid-19.

De acordo com os números do IBGE, todas as cinco atividades que compõem o setor apresentaram avanço entre os meses de outubro e novembro. Os destaques ficaram para os recortes de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que registrou alta de 2,4%, e serviços prestados às famílias, que avançou 8,2%. Ambas foram as mais afetadas pela pandemia. De acordo com o gerente da PMS, Rodrigo Lobo, as atividades do setor de serviços que estão encontrando mais dificuldades são aquelas prestadas de forma presencial. “Atividades como restaurantes, hotéis, serviços prestados à família de uma maneira geral e transporte de passageiros, seja o aéreo, o rodoviário ou o metroviário, até mostraram melhoras, mas a necessidade de isolamento social ainda não permitiu o setor voltar ao patamar pré-pandemia”, explica Lobo. Outro destaque foi a atividade de serviços profissionais, administrativos e complementares, com crescimento de 2,5%.

Em paralelo a novembro de 2019, o segmento teve tombo de 4,8%, o nono registro negativo do indicador. A comparação anual apresenta retração de três atividades averiguadas pelo IBGE. “Quando mudamos a base de comparação, a leitura é diferente, já que em 2019 não havia contexto de pandemia e recomendações como o isolamento social e o teletrabalho. Por isso, parte de uma base de comparação mais elevada”, diz Lobo, lembrando que a taxa de novembro é a segunda menos intensa da série de nove negativas, perdendo apenas para março (-2,8%), quando as restrições de locomoção começaram a ser implementadas. Ainda contra novembro do ano passado, entre os setores, os serviços profissionais, administrativos e complementares (-10,7%) e os serviços prestados às famílias (-26,2%) exerceram as influências negativas mais importantes sobre o volume total de serviços. Outro recuo relevante veio dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-3,7%). Apenas outros serviços (7,3%) e serviços de informação e comunicação (1,0%) tiveram alta nessa comparação.

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