Vendas no varejo crescem 0,9% em outubro e batem terceiro recorde seguido

Número ainda representa alta de 8,3% em comparação ao mesmo mês de 2019, o maior salto desde 2012

  • Por Jovem Pan
  • 10/12/2020 12h10 - Atualizado em 10/12/2020 12h19
BRUNO ROCHA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoas andando dentro de shopping com bolsas nas mãos Inflação alta e queda no consumo das famílias fazem Ipea prever PIB mais baixo em 2022

As vendas no varejo subiram 0,9% em outubro, o terceiro mês consecutivo de recorde desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 10. O avanço também representa o sexto mês seguido de dados positivos ao setor após o tombo inédito de 16,6% registrado no mês de abril por conta dos impactos do novo coronavírus. Em relação a outubro de 2019, o comércio cresceu 8,3%, o maior salto desde 2012. No acumulado no ano, o varejo cresceu 0,9%, após ficar estável em setembro e cair nos cinco meses anteriores. Já o acumulado em 12 meses ficou em 1,3%.

Entre as oito atividades pesquisadas, sete tiveram taxas positivas na comparação com setembro. As vendas nos segmentos de tecidos, vestuário e calçados e de livros, jornais e papelarias dividem a liderança, com alta de 6,6%. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiram  3,7%, enquanto artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos avançaram 2,3%. Apenas o setor de móveis e eletrodomésticos recuou, com queda de 1,1% em outubro ante o mês anterior. “Esse resultado de outubro mostra um repique para cima, que precisamos ter cuidado para avaliar como uma retomada da aceleração. No mínimo, mostra um folego da economia num patamar que já estava alto”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.

O registrado em outubro está 8% acima dos dados de fevereiro — período pré-pandemia. Apesar do índice positivo, a alta foi desigual entre os setores do varejo.   Móveis e eletrodomésticos lideram a variação, com avanço de 19% entre os dois períodos, seguido por artigos de uso pessoal e doméstico, 13,3%. Já a venda de livros, jornais, revistas e papelarias registrou a maior queda, de 33,7%, enquanto combustíveis e lubrificantes recuaram 4,7%. “Hiper e supermercados e artigos farmacêuticos não tiveram suas lojas fechadas. Além disso, os mercados, logo no início da pandemia, absorveram parte das vendas de atividades que pararam. Já as atividades de material de construção e móveis e eletrodomésticos tiveram o impacto do componente renda, com o auxílio emergencial, que propiciou às famílias realizarem pequenas reformas e substituírem itens para a casa”, afirma Santos.

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