Estado Islâmico reivindica assassinato de casal de policiais na França

  • Por Estadão Conteúdo
  • 14/06/2016 08h50
**CORRIGE 2ª FRASE**FRA01 MAGNANVILLE (FRANCIA) 14/06/2016.- Varios policías establecen un perímetro de seguridad cerca de una casa donde uno de sus compañeros y su mujer fueron asesinados por un asaltante, que se declaró miembro del ISIS, en Magnanville, cerca de París, Francia, hoy, 14 de junio de 2016. El atacante asesinó de nueve puñaladas y en la puerta de su domicilio a Jean-Baptiste Salvint, policía de 42 años, y se atrincheró después en la casa de la víctima con su mujer y su hijo en Magnanville. EFE/Christophe Petit Tesson EFE Assassinato FRança

O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou, na manhã desta terça-feira (14), o atentado cometido por um jovem francês, de 25 anos, de nome Larossi Abballa, que, na passada segunda-feira (13), assassinou um casal de policiais na cidade de Magnanville, a 60 quilômetros a oeste de Paris. O autor do crime já havia sido condenado por cumplicidade em organização terrorista em um caso de uma quadrilha que coordenava o envio de fundamentalistas islâmicos para campos de treinamento no Afeganistão e Paquistão.

O ataque aconteceu por volta de 20h50 (horário de Brasília). O policial, de 42 anos, foi ferido por com várias facadas, enquanto sua mulher, também policial, acabou tendo a garanta cortada quando estava sob o domínio de Abballa na residência da família, situada em um bairro residencial da cidade de 6 mil habitantes. Armado com a faca, o jovem manteve o filho do casal, de 3 anos, como refém. Houve tentativas de negociação até o assalto das forças especiais da polícia da França, no início da madrugada, quando o terrorista acabou abatido a tiros.

O assassino era morador da cidade vizinha de Mantes-la-Jolie, situada a quatro quilômetros de distância. Segundo o jornalista e escritor David Thomson, especialista em jihadismo, Abballa divulgou fotografias de suas vítimas mortas em uma página criada no Facebook sob o nome de “Mohamed Ali”. Por ela, também transmitiu imagens dos corpos ao vivo pela ferramenta de vídeos Facebook Live. Ao fundo, o filho das vítimas aparece em um sofá. “Eu ainda não sei o que vou fazer com ele”, afirmou, referindo-se à criança.

O terrorista também postou a reivindicação de seu crime e exorta outros jihadistas a matar policiais, agentes penitenciários, jornalistas e cantores de rap, citando, inclusive, alguns nomes de alvos. Ainda na mensagem, o matador jura fidelidade ao chefe do Estado Islâmico, Abou Baker al-Bagdadi, e diz ter respondido à convocação de Abou Mohammed al-Adnani, terrorista considerado o potencial mentor dos atentados de Paris e Saint-Denis, em 13 de novembro, que deixou 130 vítimas.

O terrorista também faz uma ameaça específica sobre a Eurocopa, o torneio de seleções de futebol que está em curso na França e que se prolongará até 10 de julho. “A Euro será um cemitério”, diz, no vídeo, o radical. O conteúdo foi retirado do ar e está sendo analisado pela polícia e pelo Polo Antiterrorista do Ministério Público francês.

Nesta terça, a agência de informações do Estado Islâmico (Amaq) divulgou um comunicado no qual chama o assassino de “combatente”, reivindicando o ataque.

Abballa já havia sido condenado, em 2013, pela Justiça da França a cinco anos de prisão, dos quais seis meses em regime fechado, pelo alegado intercâmbio de jihadistas a campos de treinamento, bem como por outras passagens pela polícia por crimes menores, tal qual roubo e receptação. O terrorista também foi implicado em uma nova investigação sobre uma quadrilha com relações com extremistas sírios. Por esses crimes e suspeitas, ele era alvo de monitoramento por parte dos serviços secretos como um radical.

O presidente da França, François Hollande, manifestou-se sobre o ocorrido, também na manhã desta terça, em discurso na sede da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), confirmando não haver dúvidas de que o assassinato dos dois policiais foi um atentado do Estado Islâmico, “é um ato incontestavelmente terrorista ao mesmo tempo porque seu autor quis que seu ato fosse reconhecido como um ato terrorista e porque sua organização também o reivindicou”, analisou.

De acordo com o ministro do Interior, o crime é prova de que a polícia é um alvo prioritário da organização terrorista na França. Bernard Cazeneuve pondera que não se pode descartar a ação “de comandos armados, que utilizam meios criptografados e identidades falsas”, mas também de outros assassinos isolados.

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