Estupros têm alta de 30% em SP e de 5,1% no Estado
Os estupros tiveram alta de 30% em São Paulo capital em setembro e de 5,1% no Estado, em relação ao mesmo período de 2015. Questionado, o secretário da Segurança de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, que havia relacionado aumento do crime à crise econômica em junho, disse agora “não saber” as razões do avanço. As estatísticas divulgadas nesta terça-feira (25), ainda apontam aumento de roubos pelo oitavo mês seguido no Estado (10%) e queda nos homicídios na capital.
Os registros de estupro cresceram tanto no Estado quanto na capital paulista pelo segundo mês consecutivo. Na cidade de São Paulo, foram 221 notificações do crime em setembro, ante 170 no mesmo mês de 2015. Considerando o período desde janeiro, o aumento foi de 6,3%, com 1.668 casos registrados em 2016, ante 1 569 notificações no ano anterior.
Já no Estado o crescimento foi de 5%, passando de 824 ocorrências em setembro de 2015 para 866 neste ano. O índice acumulado também subiu 6,5%. Ao todo, foram 7.306 notificações até o momento, ante 6.861 no mesmo período de 2015. “Já me conformei em não emitir minha opinião sobre o que pode ter aumentado ou não sobre violência doméstica”, afirmou Mágino Alves.
No domingo, o Estado publicou reportagem mostrando vários casos de mulheres vítimas de violência doméstica que tiveram pedidos de medidas protetivas negadas pela Justiça e acabaram assassinadas pelos agressores. Sobre o assunto, o secretário afirmou que “se eu fosse magistrado, não teria dúvida em deferir (medidas protetivas)”. “É uma obrigação do Estado e a SSP (Secretaria da Segurança Pública) faz questão de acolher a vítima, questão de deferir toda proteção possível, com a maior rapidez possível.”
Roubos
Em setembro, foram registrados 27.631 roubos, ante 25.119 no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano (janeiro a setembro), a alta foi de 6,61% em relação aos nove meses de 2015, totalizando 242.748 roubos no Estado. Na capital, a alta foi de 12,3% em setembro, passando de 12.489 para 14.025. Em nove meses, o aumento foi de 4,07%, com um total de 119.063.
Para Barbosa Filho, o aumento dos roubos está relacionada com a crise econômica. “É um fenômeno que acontece também em outros Estados. Nós estamos intensificando o policiamento com mais policiais nas ruas”, afirmou.
Os latrocínios (roubos seguidos de morte) tiveram um aumento de 52,38% no Estado, em setembro, passando de 21 para 32 casos, em comparação à 2015. Na capital, foram 16 latrocínios, em setembro, ante 9 no mesmo mês de 2015.
Homicídios
A capital manteve a tendência de queda dos homicídios e fechou setembro com 12,82% de casos a menos do que no mesmo período de 2015. Foram 68 casos, ante 78. O número é o menor da série histórica, desde 2001. Com isso, a taxa de homicídios ficou em 7,59 casos para cada 100 mil habitantes, considerando 12 meses.
Para Barbosa Filho, a queda dos homicídios é uma “lição de casa que o governo está fazendo e vem trazendo resultados significativos”. No Estado, porém, houve pequeno aumento no número de casos, em setembro. Foram 283 ante 278 no ano passado. Uma alta de 1,8%. A taxa ficou em 8,14 casos por cem mil habitantes. Comparando o terceiro trimestre de 2016 com o de 2015, houve queda dos assassinatos na capital (-5,6%) e no interior (-2,5%).
Letalidade policial
O Estado registrou aumento de 9,1% no número de pessoas mortas em confrontos com policiais militares de folga, segundo estatística trimestral. O índice não inclui ocorrências de homicídios comuns que eventualmente envolvam policiais. Também houve alta no número de PMs feridos em tiroteios (45,2%). Segundo a secretaria, no último trimestre 60 pessoas morreram em confrontos com PMs que não estavam de serviço, ante 55 vítimas no mesmo período de 2015.
Já as ocorrências envolvendo policiais de serviço caíram 2,4%: foram de 127 casos, no ano passado, para 124, em 2016. Por sua vez, o índice de pessoas feridas por PMs de folga subiu de 46 para 60 (30,4%). Quatro policiais foram mortos em confrontos no trimestre passado – mesmo índice de 2015. Já os feridos subiram de 42 para 61 na comparação entre os períodos.
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