EUA atacam unidades de artilharia do Estado Islâmico

  • Por Agencia EFE
  • 08/08/2014 13h22

Washington, 8 ago (EFE).- Dois aviões de guerra dos Estados Unidos dispararam bombas guiadas por laser contra peças de artilharia dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) perto de Erbil, no norte do Iraque, informou nesta sexta-feira o Pentágono.

A ação militar aconteceu menos de 12 horas depois que o presidente americano, Barack Obama, autorizou o uso da força para proteger o pessoal dos Estados Unidos nessa cidade, capital do Curdistão iraquiano, assim como o envio de auxílio para dezenas de milhares de deslocados que fugiram do avanço jihadista.

Em mensagem em sua conta no Twitter, o porta-voz do Pentágono, o almirante John Kirby, assegurou que antes do bombardeio, a artilharia do EI tinha disparado contra as forças curdas que defendem a cidade de Erbil, “onde há pessoal americano”.

O Pentágono disse que dois aviões Hornet F/A 18 que tinham descolado do porta-aviões George H.W. Bush, a mais de mil quilômetros ao sul, no Golfo Pérsico, lançaram as bombas de 230 quilos contra uma peça de artilharia móvel perto de Erbil.

A decisão de bombardear os jihadistas foi tomada pelo general de Exército, Lloyd Austin, chefe do Comando Conjunto Central sob a autorização do presidente Obama, informou Kirby em comunicado.

“O presidente disse claramente que os Estados Unidos seguirão empreendendo a ação militar direta contra o EI quando seus membros ameaçarem nosso pessoal e nossas instalações”, acrescentou Kirby.

O chefe do Pentágono, Chuck Hagel, que se encontra de visita na Índia, tinha indicado previamente que as forças militares dos Estados Unidos tinham informações suficiente para saber a localização dos jihadistas e atacá-los se ameaçassem os interesses americanos.

Hagel tinha ordenado o ingresso do porta-aviões Bush no Golfo em junho, acompanhado pelo cruzeiro Philippine Seja, equipado com mísseis guiados, e pelo destróier Truxton.

O bombardeio aconteceu horas depois do começo de uma operação do Pentágono para auxiliar dezenas de milhares de pessoas que fugiram dos jihadistas rumo a uma montanha no noroeste do Iraque, que começou na madrugada passada, hora local.

O Pentágono informou que um avião Hércules C-17 e dois C-130 de carga, custodiados por dois aviões de combate, distribuíram entre os deslocados água, alimentos e outras provisões e abandonaram a zona sem incidentes.

Segundo informações procedentes do Iraque, há quase 200 mil deslocados, em sua maioria yazidis curdos e cristãos, que fugiram nos últimos dias da ofensiva do EI, que estão isolados no monte Sinjar, no norte do Iraque, com necessidade de água, comida, refúgio e remédios, o que gerou uma emergência humanitária.

O governo iraquiano tinha pedido ajuda dos EUA para atender esses deslocados e, por sua conta, realizou também voos para a descarga de provisões, segundo um funcionário do Pentágono.

“Os Estados Unidos não podem olhar para outro lado” quando se está ocorrendo um genocídio e existem os recursos militares para impedí-lo, disse Obama em sua intervenção na quinta-feira.

A decisão de Obama representa uma mudança importante em sua política externa, já que tinha defendido a ideia de não intervir militarmente no Iraque depois da retirada das tropas americanas no final de 2011, embora o tempo todo rejeitou a ideia de enviar de novo tropas de combate terrestres.

A Força Aérea dos EUA tem aviões C-17 e C-130 na região, com capacidade para transportar carga e tropas a essas zonas.

Os aviões operam principalmente desde a base aérea de Al Udeid, no Catar.

No Iraque há cerca de 700 soldados americanos, dos quais 450 protegem as instalações da Embaixada e escritórios americanos perto do Aeroporto Internacional de Bagdá, e o resto operam como assessores militares das forças do governo iraquiano.

Na semana passada Kirby tinha indicado que o Pentágono tinha enviado munição para as forças iraquianas, incluindo 466 mísseis ar-terra Hellfire desenhados para destruir veículos de combate desde helicópteros ou aviões.

Kirby também indicou que os Estados Unidos realizavam 50 missões diárias de reconhecimento sobre o Iraque com aviões tripulados e com drones. EFE

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