EUA e Reino Unido estudam criar “zona neutra” entre Síria e Turquia
Washington, 8 out (EFE).- Os Estados Unidos e o Reino Unido informaram nesta quarta-feira que é necessário “examinar” a possibilidade de criar uma “zona neutra” ou desmilitarizada na fronteira entre Síria e Turquia para proteger a população deslocada, uma ideia proposta pelo governo turco e respaldada pela França.
“É uma ideia que vale a pena examinar. Estamos analisando em profundidade”, disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em entrevista coletiva conjunta com o ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond.
“Este não deveria ser um problema a ser colocado sobre os ombros de Turquia, Líbano e outros países para que suas sociedades carreguem todo o peso” da crise humanitária gerada pelos que fogem da violência no Iraque e na Síria, acrescentou Kerry.
Por sua vez, Hammond afirmou que seu governo quer “explorar com outros aliados o que significaria essa zona neutra”, mas é algo que “não se descarta por enquanto”.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu nesta terça-feira a criação de uma zona neutro na fronteira, e seu colega francês, François Hollande, respaldou hoje essa proposta a fim de “receber e proteger as pessoas deslocadas” pelo avanço da milícia jihadista do Estado Islâmico (EI).
Kerry declarou que a possibilidade de criar uma zona neutra “será um dos assuntos sobre os quais conversará” amanhã com o encarregado de coordenar a coalizão liderada pelos EUA contra o EI, o general reformado John Allen, quando chegar à Turquia para reuniões.
Allen, que nos últimos dias visitou Iraque, Bélgica, Jordânia e Egito, tentará durante sua visita à Turquia “determinar exatamente” o papel que o governo de Erdogan terá no combate militar contra o EI, explicou Kerry.
No entanto, o chefe da diplomacia americana esclareceu que para o governo dos EUA não é prioritário conter a tomada de Kobani, uma cidade curda situada no norte da Síria, muito perto da Turquia, apesar de Erdogan ter pedido o início de uma ofensiva terrestre para salvar essa cidade do avanço do EI.
“Por mais horrível que seja ver o que está ocorrendo em Kobani, também é importante dar um passo atrás e entender qual é o objetivo estratégico”, disse Kerry.
“Apesar da crise em Kobani, os alvos originais de nossos esforços foram (atacar) os centros de comando e controle e a infraestrutura. Estamos tentando privar o EI da capacidade geral para fazer isso, não só em Kobani, mas em toda a Síria e no Iraque”, acrescentou o secretário de Estado. EFE
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