EUA querem liderar economia mundial junto com uma China “responsável”

  • Por Agencia EFE
  • 23/06/2015 16h24
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Jairo Mejía.

Washington, 23 jun (EFE).- Os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira que pretendem liderar a economia mundial, junto com uma China “responsável”, e ampliar as áreas de cooperação, reduzindo as tensões entre os países, que iniciaram oficialmente hoje uma nova rodada de seu diálogo bilateral de alto nível.

Tanto os funcionários americanos como os chineses concordaram em ressaltar o interesse mútuo em que a primeira e a segunda maior economia mundial construam uma relação sólida que limite as possibilidades de enfrentamento e fomentem o crescimento.

“Nossa relação é como um casamento. Requer muito trabalho duro”, comentou o vice-presidente americano, Joseph Biden, que abriu hoje a primeira das duas jornadas oficiais do sétimo diálogo estratégico e econômico entre China e Estados Unidos.

Biden assegurou que os EUA “não temem o crescimento chinês”, mas, pelo contrário, “querem ver a China crescer”.

No entanto, o vice-presidente ressaltou que a relação bilateral deve estar baseada em um “crescimento responsável”, algo que, em sua opinião, beneficiará o comércio e a estabilidade mundial.

Os Estados Unidos mantêm diferenças com a China em temas comerciais e tarifários, assim como em assuntos geoestratégicos, principalmente pelas ambições de expansão marítima de Pequim, e de segurança cibernética.

No início do mês, o Escritório de Gestão de Pessoal (OPM), encarregado dos recursos humanos de funcionários dos EUA, anunciou que tinha sido vítima de um ataque informático que comprometeu informação particular de milhões de empregados públicos, algo pelo que, em privado, Washington responsabiliza à China.

O secretário do Tesouro, Jack Lew, aproveitou esta nova rodada do diálogo bilateral, realizado desde 2009, para lembrar os “interesses compartilhados” de China e Estados Unidos, mas sem esquecer “as responsabilidades conjuntas”.

Lew acrescentou que “isto inclui ater-se a certos padrões de comportamento no ciberespaço”, uma das áreas onde o choque entre EUA e China é mais evidente.

O secretário de Estado americano, John Kerry, advertiu que este diálogo precisa dar frutos e permitir o entendimento entre ambas potências, porque “não podemos prometer uma coisa e fazer outra diferente depois”.

Tanto Kerry como Biden mostraram sutilmente sua preocupação com a expansão chinesa sobre as ilhas do Mar da China Meridional em disputa, algo que está elevando a tensão entre vizinhos como Filipinas, Vietnã e Malásia.

“É preciso reduzir a tensão ao invés de aumentá-la”, comentou Kerry, que acrescentou que “nossa aliança é fundamental para a resolução de problemas mundiais”.

No próximo mês de setembro, o presidente da China, Xi Jinping, realizará uma visita de Estado à Casa Branca na qual se poderá medir a sintonia com seu colega americano, Barack Obama.

Obama, que termina seu mandato em janeiro de 2017, terá como uma de suas últimas tarefas na cena internacional participar em 2016 da primeira cúpula do G20 sediada pela China, o que é visto como símbolo do cada vez mais claro protagonismo mundial do gigante asiático.

O vice-primeiro-ministro chinês, Wang Yang, reconheceu hoje que uma boa relação com os EUA é benéfico para ambas economias, já que “só haveria perdedores em caso de confronto”.

O segundo funcionário chinês de mais alta categoria presente nestas jornadas, o conselheiro de Estado, Yang Jiechi, afirmou que “as áreas de cooperação ultrapassam claramente as áreas de concorrência”.

A jornada de hoje se centrou em falar de cooperação em luta contra a mudança climática antes da Conferência da Mudança Climática que será realizada em Paris no final de novembro, na qual China e EUA, os dois maiores emissores mundiais de CO2, serão peças-chave para liderar um acordo.

“Só o tema de controle de emissões por si só já valida nosso diálogo, porque, se não lideramos nestes problemas, não vai haver acordos substanciais”, ressaltou Kerry.

Como passo intermediário, EUA e China fecharam um acordo de associação entre instituições e empresas de ambos países para que compartilhem boas práticas e conhecimentos sobre políticas ambientais e inovação. EFE

jmr/rsd

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