EUA: verba para compra e desenvolvimento de armamento será 3,6% menor em 2015

  • Por Agencia EFE
  • 05/03/2014 00h43

Washington, 4 mar (EFE).- O Departamento de Defesa dos Estados Unidos apresentou nesta terça-feira um plano orçamentário para a compra e o desenvolvimento armamentista no valor de US$ 154 bilhões para 2015, uma quantia 3,6% menor que a atual, enquanto reserva uma verba de US$ 79,4 bilhões no orçamento para a guerra contra o terrorismo, apesar do fim da missão no Afeganistão.

O Pentágono detalhou nesta terça-feira seu orçamento para o ano fiscal de 2015 com uma leve redução nas aquisições de armamentos, especialmente por causa de uma diminuição nas compras de aviões, e situa os gastos de defesa em US$ 495,6 bilhões, valor 1% menor que o atual.

As Forças Armadas americanas gastarão US$ 90,7 bilhões em armamento e US$ 63,5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

O Pentágono reduzirá o número de aviões em 5% e gastará menos em blindados, mas aumentará as compras de certos drones, de alguns helicópteros de transporte de tropas e mísseis, além do investimento em submarinos.

Com a intenção de manter “a vantagem tecnológica”, o Departamento de Defesa pretende uma grande redução no número de efetivos na ativa e nas despesas com compensações a militares, enquanto reduzirá os investimentos em P&D em 2,6%.

A diminuição no orçamento de defesa para 2015, apesar de ter sido anunciada como uma mudança histórica após mais de 10 anos de guerra no Afeganistão e Iraque, mantém altos níveis de despesas e inclusive acrescenta verbas pensadas para combater as ameaças contra os Estados Unidos após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Entre as propostas do Pentágono estão incluídos US$ 79,4 bilhões de dólares para as chamadas “operações de contingência no exterior”, um eufemismo para a guerra contra o terrorismo islâmico, especialmente da Al Qaeda.

Essa verba é apenas US$ 5,8 bilhões menor que a aprovada para o orçamento de 2014, apesar de que somente uma pequena fração dos mais de 33 mil soldados americanos mobilizados atualmente no Afeganistão deverão permanecer no país asiático em 2015.

A missão da Otan termina no final deste ano, mas, mesmo assim, o Pentágono não quer prescindir de um influxo de dinheiro que situa seu orçamento total em US$ 575 bilhões, uma quantia superior a todos os orçamentos de defesa somados dos outros países-membros do Conselho de Segurança da ONU.

Nos anos fiscais de 2011 e 2012, o Departamento de Defesa teve um dos orçamentos mais elevados de sua história, mas os mesmos foram caindo gradualmente na medida em que os esforços de guerra na ocupação de Iraque e Afeganistão foram sendo encerrados.

No entanto, os gastos de defesa nos Estados Unidos são, em contrapartida, os mais importantes do orçamento federal.

Além disso, o Pentágono apresentou nesta terça-feira seu marco estratégico para os próximos quatro anos, que colocam mais ênfase na tecnologia espacial e na defesa cibernética.

Os Estados Unidos investirão mais recursos e atenção na região da Ásia-Pacífico, manterão sua presença no Golfo Pérsico e continuarão aumentando sua cooperação com seus aliados europeus.

“Não há estratégia ou orçamento livre de riscos, inclusive para o maior orçamento de defesa do mundo existem limites, como nosso conhecimento e capacidade de prever o futuro”, explicou o secretário de Defesa, Chuck Hagel. EFE

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