Ex-líder de partido xenófobo é eleita presidente do parlamento da Dinamarca

  • Por Agencia EFE
  • 03/07/2015 10h27

Copenhague, 3 jul (EFE).- O parlamento da Dinamarca elegeu nesta sexta-feira como nova presidente Pia Kjaersgaard, de 68 anos, a polêmica ex-líder do Partido Popular Dinamarquês (DF), força de posição xenófoba que foi a segunda mais votada nas eleições gerais de junho.

Kjaersgaard foi escolhida com o apoio das quatro formações do bloco de direita e dos social-democratas, enquanto a Lista Unitária e o Partido Socialista Popular votaram contra.

A eleição de Kjaersgaard foi precedida pelas críticas a uma das políticas mais influentes e mais polêmicas das últimas décadas na Dinamarca, que deixou a liderança do partido em 2012, após 17 anos, embora continue como deputada e guardiã de seus valores.

Fundado em 1995, o DF foi, durante uma década (2001-2011), “juiz” da política dinamarquesa ao ser apoio externo do governo liberal-conservador em troca de uma dura linha em imigração.

Sua influência ultrapassou os 12% de apoio eleitoral nos quais seguia até então: a imigração passou a ser tema central no pleito e seu discurso agressivo, focado nos muçulmanos, arrastou a parte do arco político à direita, com a social-democracia à cabeça.

A “rainha” da Dinamarca – como a batizaram vários veículos da imprensa local – e seu partido fizeram com que termos como “não dinamarquês”, “dinamarqueses étnicos” ou “imigrantes de segunda e terceira geração” fossem constantemente utilizados.

A lista de frases polêmicas de Kjaersgaard é longa: já acusou os imigrantes de “se reproduzirem como coelhos” e o islã de “glorificar a violência”.

“A Dinamarca é um país pequeno e não queremos que nos incomodem. Embora possa soar um pouco complexo, não acho que a Dinamarca seja o lugar natural para os muçulmanos”, disse uma vez Kjaersgaard, modelo para outras forças ultraconservadoras nos países nórdicos.

“Me esforçarei para ser a presidente de todo o Folketing (parlamento), independentemente de que partido for cada um”, disse Kjaersgaard, a primeira mulher a comandar a instituição desde que o sistema bicameral foi abandonado, em 1953. EFE

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