Ex-primeiro-ministro da Grécia se separa do Pasok e cria novo partido
Atenas, 3 jan (EFE).- O ex-primeiro-ministro grego Giorgos Papandreou anunciou neste sábado um novo partido, o que significa o divórcio do Partido Socialista Pan-helênico (Pasok), fundado por seu pai, Andreas Papandreou, e que ele mesmo liderou de 2004 até 2012.
Em um evento realizado no Museu Benaki de Atenas, Papandreou explicou que decidiu fundar um novo partido, com o nome “Movimento dos Socialistas Democráticos”, porque o país “precisa de uma mudança progressista, contra os conservadorismos de direita e de esquerda” e de “líderes que lutem pelos interesses do país sem pensarem em seu próprio benefício”.
Papandreou, de 63 anos, evitou criticar o partido do qual fazia parte até então, mas alfinetou os conservadores da Nova Democracia do primeiro-ministro grego, Antonis Samaras.
“A maneira que os conservadores governaram nos tornou vulneráveis aos mercados, fez com que aumentasse o déficit e levou o país à beira do inferno”, disse neste primeiro comício, assistido por centenas de pessoas.
O ex-chefe de governo afirmou que o novo partido lutará “para a elaboração um plano grego que não será imposto por outros”.
“Só um plano grego nos dará a força para dizer aos credores sim às mudanças, mas basta de austeridade”, acrescentou.
Ele insistiu que é necessário “recuperar as forças que tentaram reconstruir o país quando a crise explodiu, as forças que assistiram com furor as reformas democráticas iniciadas no final de 2009 e aniquiladas no período de 2012 até agora”.
Papandreou, primeiro-ministro de 2009 até 2011, nos primeiros anos da crise e do primeiro resgate, se distanciou da aliança atual entre o Pasok e os conservadores.
Segundo ele, um dos motivos pelos quais optou por criar um novo partido foi porque “é necessário um papel autônomo dos socialistas democratas”, pois não se pode “seguir a direita”, ressaltou.
“Nós nos apoiamos nos valores do socialismo, da solidariedade e a justiça social. Estamos comprometidos com um novo contrato social e nos comprometemos a lutar contra as desigualdades”, disse. EFE
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