Faculdade paulista tem problema no FIES e estudantes enfrentam dias de fila

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2015 10h06
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Fila na FMU de alunos que tentam renovar ou aprovar o FIES pode demorar mais de cinco horas apenas para obter senha para o dia seguinte

Victor LaRegina / Jovem Pan Fila na FMU de alunos que tentam renovar ou aprovar o FIES pode demorar mais de cinco horas apenas para obter senha

“Para que facilitar se é possível dificultar”? O ditado, que pode simbolizar a burocracia, é sentido na pele por estudantes das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), no bairro da Liberdade, em São Paulo. Isso porque eles precisam de enfrentar uma verdadeira maratona para se inscrever ou renovar o financiamento estudantil do FIES, programa do governo federal que banca o estudo universitário de alunos carentes. E sem garantia de que terão sucesso. Após o corte na verba que o Ministério da Educação realizou no começo de março, a FMU diz que “não possui autonomia” na aprovação do financiamento e que há “incertezas” quanto ao porcentual da mensalidade financiado.

Primeiro, o aluno deve entrar no site do FIES, que tem tido muitos problemas no sistema. No começo do mês, a Jovem Pan já havia relatado que vários alunos tinham sua inscrição ou renovação no programa emperradas por lentidão ou erros no endereço eletrônico.

“Quando eu finalmente consigo concluir, confirmar, dá essa fila na FMU imensa para entregar a documentação, para gerar a declaração, para ir ao banco e conseguir o financiamento”, relata a estudante Renaliti da Silva, que cursa o primeiro semestre de Psicologia e chegou às 22h horas da noite do dia anterior (terça, 10) para conseguir uma senha apenas nesta manhã de quarta. A senha é para que Renaliti seja atendida apenas amanhã, na quinta, quando deverá passar várias horas no auditório da instituição, segundo relatos.

A jornada, porém, está apenas no começo. Após passar pela primeira visita na faculdade, que pode ter mais de cinco horas de fila, o estudante deve ir ao banco para levar a licença e autorização do financiamento e, depois, voltar à instituição de ensino a fim de concluir o processo. “Parece que estão fazendo com que a gente desista, é o que estou sentindo. Está me fazendo desistir do FIES e da faculdade”, diz a aluna de psicologia.

“Furdúncio”

Não tendo chegado tão cedo para , Valéria de Oliveira, mãe de aluno da FMU, não teve a mesma “sorte”. “Faz um mês que estou tentando, venho aqui quase todo santo dia, chego aqui de madrugada e quando chega a minha vez não tem senha e ninguém avisa”, reclama.

“O problema maior é que estou achando que tem sacanagem, porque ontem eu vi: quando era quase 20h falaram que não tinha mais sistema”, disse. “Só que depois que fizeram um furdúncio, apareceu o sistema, e a gente entrava pelo celular e tinha o sistema, só aqui não tinha”, denunciou Valéria.

O furdúncio, ou a algazarra, envolveu até o bloqueio por alguns minutos do trânsito da Av. Liberdade nesta terça, após revolta dos estudantes.

A FMU diz em nota colada na porta da Faculdade que o Ministério da Fundação mudou as regras do financiamento estudantil e que na prática isso limita o valor financiado nos contratos. A faculdade alega que não tem autonomia nessas alterações.

Informações do repórter Jovem Pan Victor LaRegina.

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