Fenabrave conta 404 revendas fechadas e 16 mil demissões de janeiro a abril

  • Por Estadão Conteúdo
  • 03/05/2016 14h59
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São Paulo- SP, 20/05/2014- Trânsito lento nos dois sentidos da avenida 23 de maio. A prefeitura suspendeu o rodízio de veículos no período da tarde de hoje (20/05), por conta da greve dos motoristas e cobradores que começou hoje. Na foto, pista no sentido aeroporto. Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas carros

A falta de reação do mercado de veículos no Brasil, que acumula queda de 27,9% nas vendas em 2016, tem resultado em um número cada vez maior de concessionárias que tiveram de encerrar seus negócios. De janeiro a abril deste ano, são 404 revendas a menos, para um total de 6.299 lojas em operação, informou nesta terça-feira, 3, a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Com mais concessionárias tendo de fechar as portas, 16 mil trabalhadores foram demitidos nos primeiros quatro meses do ano. 

Em 2015, quando a venda de veículos caiu 26,5%, foram 627 revendas a menos e 32 mil vagas de emprego fechadas. Com isso, no acumulado de janeiro de 2015 a abril de 2016, houve uma redução de 1.031 no número de concessionárias no Brasil, com 48 mil trabalhadores demitidos. 

Além disso, a expectativa do segmento para o restante deste ano ficou pior. A Fenabrave revisou para baixo a sua previsão para as vendas em 2016, de queda de 5,8% para recuo de 9,8%. “A situação econômica e política se agravou de tal maneira que ultrapassou todos os nossos estudos e as nossas expectativas”, explicou o presidente da instituição, Alarico Assumpção Jr. 

O presidente da Fenabrave também lamentou que a concessão de crédito para a aquisição de veículos esteja caindo, contribuindo para a piora do mercado. Segundo ele, a cada 10 pedidos de financiamento para a compra de veículos, apenas três estão sendo aprovados pelas instituições financeiras. Ainda de acordo com Assumpção, a aprovação chegou a ser de sete a cada 10 pedidos há alguns anos. 

Parte da queda, disse, pode ser atribuída ao aumento da taxa de inadimplência, que tem girado em torno de 4,9%, acima do nível considerado saudável de algo entre 2,0% e 2,5%. Assumpção explicou, no entanto, que a redução na proporção de pedidos aprovados de financiamentos não se deve somente ao cenário econômico do Brasil, mas também à crise financeira internacional de 2008, a partir da qual os bancos ficaram mais rigorosos na concessão de crédito. 

Com a indefinição sobre qual será o governo no restante do ano, as negociações para a implementação de um programa de renovação de frota voltaram à “estaca zero”, afirmou o presidente da Fenabrave. “Lamentavelmente esse projeto está parado e nós não sabemos como isso se dará com o novo governo”, disse. O programa de renovação de frota vinha sendo negociado com o governo Dilma Rousseff e era uma das esperanças do setor para a retomada do crescimento das vendas.

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