Filipe Nyussi vence as eleições presidenciais em Moçambique

  • Por Agencia EFE
  • 30/10/2014 15h37

Maputo, 30 out (EFE).- O ex-ministro de Defesa e candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Filipe Nyussi, venceu as eleições presidenciais de seu país do dia 15 de outubro, segundo os resultados finais anunciados nesta quinta-feira pela Comissão Eleitoral Nacional.

Nyussi, de 55 anos, obteve 57% dos votos, enquanto o líder da opositora Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, ficou com 37% dos sufrágios, e o candidato do emergente Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, 6%.

Assim, o partido governamental Frelimo consegue prolongar suas quatro décadas de poder, onde se mantém desde que Moçambique se tornou independente de Portugal, em 1975.

Os pouco mais de cinco milhões de moçambicanos que participaram do pleito (48% dos eleitores), outorgaram 144 cadeiras à Frelimo, 89 à Renamo e 17 ao MDM.

Nas grandes províncias como Zambezia e Sofala, a Frelimo e a Renamo alcançaram resultados muito igualados, mas o partido governamental se impôs com uma pequena diferença.

Apesar da vitória, a Frelimo perdeu grande parte do apoio dos cidadãos, já que nas eleições anteriores, em 2009, conseguiu 75% dos votos sob a liderança do até agora presidente, Armando Guebuza, a quem a Constituição moçambicana impediu de concorrer a um terceiro mandato.

No entanto, Nyussi se manteve fiel a Guebuza, o que lhe permitirá seguir exercendo uma grande influência no governo.

Pelo contrário, a Renamo, a segunda força mais votada, conseguiu aumentar seus apoios em relação a 2009, quando alcançou 16% dos sufrágios.

Apesar das eleições terem acontecido em um ambiente de normalidade, exceto alguns pequenos incidentes, dois dias após sua realização a Renamo assegurou que não aceitaria o resultado das eleições por considerar que tinham sido adulteradas para “impor” a permanência da Frelimo.

“Estão tentando impor a vitória do Frelimo ao povo moçambicano e nós não estamos distraídos, não aceitamos isso”, afirmou o porta-voz da Renamo, Antonio Muchanga, que garantiu que o problema não foi a lei eleitoral, mas sua aplicação durante o pleito em benefício da Frelimo.

Embora se esperasse a participação de dois mil observadores internacionais procedentes da União Europeia, China, Estados Unidos, Vietnã, Nigéria, Botsuana, Japão e Alemanha, finalmente só participaram 526, segundo a Comissão Eleitoral.

Estas eleições estiveram marcados pelo acordo de paz que Frelimo e Renamo alcançaram no último dia 5 de setembro, com o qual enterraram um conflito enquistado entre ambas formações desde a cruenta guerra civil e que se reviveu durante os dois últimos anos. EFE

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