Fillon diz que suspeitas sobre esposa visam impacto eleitoral
O candidato de centro-direita às eleições presidenciais francesas e favorito nas pesquisas, François Fillon, afirmou nesta quinta-feira que as suspeitas de que sua esposa teve um trabalho fictício como sua assistente parlamentar buscam prejudicá-lo no próximo pleito.
“Estou na política há 30 anos e sabia que enfrentaria todas as calúnias, mas não essa. É abjeto”, disse Fillon, em entrevista ao canal “TF1”.
A justiça francesa iniciou nesta quinta-feira uma investigação para comprovar se o ex-primeiro-ministro francês contratou a esposa, Penelope Fillon, com um emprego supostamente fictício quando ele era deputado, segundo revelou o semanário “Le Canard Enchaîné”, que calcula as remunerações dos sucessivos contratos em 500 mil euros brutos.
“Vou processar os jornais que afirmarem que minha esposa tinha um emprego fictício”, anunciou o ex-primeiro-ministro.
O político argumentou que Penelope fez um trabalho “real” e defendeu que contratá-la como assistente é “legal e transparente”, de acordo com a legislação vigente. Disse também que a defenderá até o fim e contou que não teria chegado à alta cúpula política sem ela.
O candidato centro-direitista contratou Penelope Fillon pela primeira vez em 1997 para substituir um colaborador durante cinco anos, aos quais se somaram mais cinco, entre 2002 e 2007, segundo “Le Canard Enchaîné”.
Fillon, membro do partido de centro-direita Os Republicanos, disse que apresentará à justiça “todos os documentos necessários” para provar o trabalho da esposa.
“Ela corrigia meus discursos, me representava nas reuniões e associações, elaborava os relatórios de imprensa”, citou o candidato, que explicou que a esposa também fala inglês.
Na França, os parlamentares dispõem de verba (9.561 euros ao mês atualmente) para contratar até cinco assistentes para o exercício do cargo e não é ilegal trabalhar com parentes. Mais de 10% dos parlamentares têm parentes como colaboradores.
Fillon, de 62 anos, reconheceu que desde 2013 não tem nenhum parente como colaborador, não porque seja ilegal, mas porque a percepção da opinião pública é mais exigente.
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