França lembra vítimas de ataques contra Charlie Hebdo e mercado judaico

  • Por Agência Estado
  • 05/01/2016 12h26
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Policial francês morto nos ataques terroristas ao jornal Charlie Hebdo EFE Presidente francês François Hollande em frente a placa de apoio a Ahmed Merabet

O presidente da França, François Hollande, prestou homenagem a 17 vítimas mortas em ataques de extremistas islâmicos contra a publicação satírica Charlie Hebdo, um mercado de produtos judaicos (kosher) e a polícia. Os ataques completam um ano nesta semana e o país marca as datas com placas por Paris, após um ano tumultuado.

As cerimônias de terça-feira ocorreram no momento em que o Charlie Hebdo publica um número especial, com cartuns obscenos e ofensivos, em defesa da liberdade de expressão e ironizando muitos, de fundamentalistas muçulmanos a crianças, de políticos a padres católicos.

Familiares das vítimas se uniram a Hollande e outras autoridades perto do prédio onde a equipe do Charlie Hebdo fazia uma reunião de pauta quando dois irmãos fortemente armados invadiram o local, em 7 de janeiro de 2015, matando 11 pessoas. “À memória das vítimas do ataque terrorista contra a liberdade de expressão”, diz a placa colocada no local.

Foi também homenageado o policial morto quando tentava perseguir os homens que fugiam. O policial, muçulmano, foi lembrado com a mensagem “Eu sou Ahmed”, pintada com spray em vermelho, branco e azul, as cores da bandeira da França. Após os ataques, pessoas pelo mundo apoiaram a mensagem “Je suis Charlie” para expressar a solidariedade aos jornalistas mortos, atacados por fazerem caricaturas do profeta Maomé.

Hollande homenageou também as quatro pessoas mortas em um mercado de produtos kosher, um ataque que reavivou os temores de antissemitismo, na nação com a maior comunidade judaica da Europa. O presidente se encontrou rapidamente com alguns dos sobreviventes do ataque ocorrido dentro do mercado, incluindo o malinês Lassana Bathily, que escondeu vários reféns no estoque do subsolo da loja e fugiu para ajudar a polícia na operação de resgate dos 15 reféns. Bathily foi considerado um herói e recebeu a cidadania francesa.

A placa em homenagem em Charlie Hebdo foi rapidamente coberta, após autoridades perceberem que havia um erro no nome do cartonista morto Georges Wolinski. Uma nova placa está sendo preparada, após o embaraçoso incidente.

Hollande descobrirá outra placa no sábado, para homenagear a policial Clarissa Jean-Philippe, morta no subúrbio parisiense de Montrouge por um dos responsáveis pelo ataque ao periódico, em 8 de janeiro.

A França continua em estado de emergência, após os ataques de 13 de novembro em Paris que mataram 130 pessoas. Segurança extra foi usada para as homenagens desta terça-feira. Fonte: Associated Press.

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