Governo argentino avança em reforma de Inteligência com trâmite de urgência

  • Por Agencia EFE
  • 04/02/2015 22h50

Buenos Aires, 4 fev (EFE).- O kirchnerismo impôs sua maioria parlamentar em duas comissões do Senado da Argentina nesta quarta-feira para conseguir o acordo necessário e avançar no trâmite de urgência da reforma dos serviços de Inteligência.

O kirchnerismo e seus aliados, com maioria na câmara alta, aceitaram algumas remodelações à proposta inicial após escutar membros do Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS) e o especialista em segurança Marcelo Saín, convidados por eles mesmos.

O projeto, que será debatido na quinta-feira da próxima semana pelo plenário do Senado, estabelece a dissolução da atual Secretaria de Inteligência e sua substituição pela Agência Federal de Inteligência (AFI), que será assumida pela mesma equipe.

A diferença está em que a AFI já não terá competências para ordenar escutas telefônicas, que agora passam à órbita da Procuradoria Geral, liderada por Alejandra Gils Carbó, questionada pela oposição por sua proximidade com a presidente Cristina Kirchner.

Segundo o projeto que recebeu sinal verde hoje nas comissões, a nova AFI será a cabeça do Sistema de Inteligência Nacional e será responsável pela “obtenção, reunião, sistematização e análise da informação” sobre fatos “que afetem a defesa nacional e a segurança interior”.

Durante a reunião das comissões, à qual a oposição não compareceu pelo segundo dia consecutivo, o titular do CELS, o governista Horacio Verbitsky, criticou o atraso na reforma dos serviços de Inteligência e lamentou que o tema se tramite de forma extraordinária no Congresso.

“Eu acredito que é grave demais e sério demais para fazê-lo assim, às pressas”, opinou.

Por sua parte, a oposição insiste que o debate de urgência proposto pelo Executivo pretende distrair a atenção do escândalo provocado pela morte do promotor Alberto Nisman, que morreu em circunstâncias duvidosas após denunciar à presidente por suposto acobertamento de terroristas em um atentado contra a associação mutual israelita Amia, que deixou 85 mortos em 1994. EFE

mar/rsd

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