Governo e opositores trocam acusações sobre ataque químico na Síria

  • Por Agencia EFE
  • 12/04/2014 16h44

(Atualiza com versão das autoridades)

Beirute, 12 abr (EFE).- Governo e opositores da Síria trocaram neste sábado acusações sobre um suposto ataque químico perpetrado na sexta-feira na cidade de Kafr Zita, na província central de Hama.

Segundo a televisão oficial, “terroristas” da Frente al Nusra, vinculada à Al Qaeda, lançaram um ataque com gás tóxico nesta população, onde pelo menos duas pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas.

A emissora acrescentou que a Frente al Nusra tinha intenção de realizar ações similares em outras zonas de Hama.

Por sua vez, a principal aliança política opositora, a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), acusou as forças do regime de Bashar al Assad de ter empregado gases tóxicos e outras substâncias em um bombardeio em Kafr Zita.

A CNFROS, que citou ativistas na zona, assinalou que os soldados governamentais empregaram gás tóxico no ataque, que ocasionou sintomas de asfixia a dezenas de civis, entre eles menores.

Além disso, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que falou com fontes médicas do hospital de Kafr Zita, indicou que ontem chegaram a este centro vários casos de asfixia e intoxicação após um bombardeio da aviação governamental.

Segundo as fontes, uma espessa nuvem de fumaça se expandiu pela cidade após o ataque aéreo.

A ONG acrescentou que em Harasta, ao noroeste de Damasco, houve também várias pessoas com sintomas de asfixia após um bombardeio similar das forças do regime.

A CNFROS também falou deste ataque, no qual, assegurou, foi empregado um gás tóxico com uma alta concentração de pesticidas e culpou o regime.

Em 9 de abril, o presidente da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), Ahmed Üzümcü, anunciou que em “maio ou junho” a Síria poderá se declarar país livre desse tipo de armamento, faltando apenas que se ocorram algumas “verificações” e terminem os últimos envios de material.

Em setembro passado, o regime sírio aceitou destruir seu arsenal químico após um acordo entre EUA e Rússia que evitou uma intervenção militar americana na Síria, após um bombardeio com armas químicas em agosto em um subúrbio de Damasco.

Washington acusou o regime de Damasco de estar por trás de dito ataque, o que as autoridades sírias negaram.

Uma missão conjunta da ONU e da OPAQ está se encarregando de tirar as armas químicas do país para sua destruição no mar. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.