Governo líbio declara Benghazi “zona catastrófica” pelos combates

  • Por Agencia EFE
  • 17/11/2014 10h19
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Trípoli, 17 nov (EFE).- O presidente do Governo líbio, o islamita Omar al Hasi, declarou a cidade oriental de Benghazi “zona catastrófica” devido aos combates entre milícias rivais que tentavam tomar o controle do local, deixando mais de 350 mortos, milhares de deslocados e enormes danos materiais.

“É preciso adotar as medidas necessárias para garantir a proteção da vida dos civis e de seus bens”, disse Hasi em entrevista coletiva ontem à noite em Trípoli.

O presidente do Governo de Trípoli responsabilizou o general rebelde Jalifa Hafter, que conta com o apoio de uma grande parte do Exército líbio, assim como os jovens armados que o apoiam, da instabilidade reinante em Benghazi, a segunda cidade maior do país.

Hasi lamentou que os enfrentamentos entre as tropas de Hafter, que lançou há um mês uma nova ofensiva militar para recuperar o controle de Benghazi, e as milícias islamitas dessa cidade tenham causado mais de 350 mortes, enquanto mais de três mil civis foram obrigados a abandonar seus domicílios.

Além disso, Hassi relatou que os serviços de Benghazi estão praticamente paralisados, com as escolas e a universidade quase destruídas, o aeroporto fechado e as embarcações do porto destroçadas, o que segundo ele afundou a cidade em uma crise econômica e alimentícia.

O governo de Trípoli pediu ao Crescente Vermelho que enterre os corpos e cuide dos feridos.

Hasi indicou que seu governo pediu em várias ocasiões a intervenção da comunidade internacional para deter a guerra em Benghazi e acrescentou que seu executivo insistiu em encontrar uma solução para esta situação mediante “o diálogo e a negociação pelo interesse nacional”.

Por outro lado, quatro pessoas morreram ontem nos violentos enfrentamentos perto do aeroporto de Matiqa em Trípoli entre as milícias islamitas de Fayer Líbia (Amanhecer da Líbia) e as forças de Zintán, que estão supostamente apoiadas por Hafter.

O aeroporto de Matiqa, tinha sido fechado anteriormente pelos combates, mas depois retomou sua atividade.

Desde a queda do regime de Muammar Kadafi, Líbia se encontra em uma situação política caótica, com dois governos e dois Parlamentos (em Trípoli e Tobruk) que concorrem pelo poder.

A crise líbia piorou desde 6 de novembro, quando a Corte Suprema da Líbia invalidou o Parlamento de Tobruk, eleito nas eleições de 25 de julho e que era reconhecido pela comunidade internacional. EFE

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