Guiana se mostra aberta a diálogo com Venezuela sobre disputa territorial

  • Por Agencia EFE
  • 31/07/2015 18h37

San Juan, 31 jul (EFE).- O presidente da Guiana, David Granger, está aberto ao diálogo com seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, para buscar uma solução à disputa fronteiriça sobre as águas do litoral de Essequibo, segundo disse nesta sexta-feira o ministro das Relações Exteriores guianense, Carl Greenidge.

“Há oportunidade de discutir este assunto em um fórum apropriado e se estiver dentro das margens da ONU ou outro organismo”, disse Greenidge em entrevista coletiva transmitida via internet.

No entanto, o ministro destacou que, por enquanto, não há um acordo formal de diálogo entre ambos líderes para abordar o assunto.

Um comunicado divulgado hoje pelo escritório do secretário-geral da ONU informou que Ban Ki-moon, que esta semana se reuniu com Maduro, teve depois uma conversa telefônica com Granger sobre a disputa fronteiriça e abordou os planos do Secretariado da ONU em enviar uma missão à Guiana e Venezuela.

A disputa fronteiriça entre Venezuela e Guiana pelas águas do litoral de Essequibo dura mais de um século e inclui também a reivindicação de soberania sobre este território de 160.000 quilômetros quadrados, muito rico em recursos naturais.

O litígio se encontra sob mediação constante da ONU desde a assinatura do Acordo de Genebra em 1966 e se aguçou em maio, quando foi anunciada a descoberta de jazidas de petróleo em águas que estão na região em disputa.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu com um decreto que redistribui o território venezuelano em áreas conhecidas como Zonas Operativas de Defesa Integral (ZODI) e inclui o território marítimo em discussão.

A norma presidencial motivou uma dura resposta da Guiana e uma advertência da Comunidade do Caribe (Caricom).

Durante sua reunião esta semana em Nova York, Maduro e Ban Ki-moon concordaram que uma comissão deste organismo deve mediar entre os dois países.

O novo mediador tem que ser aprovado por consenso pelos dois países dentro do mecanismo de bons ofícios. EFE

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