Indicadores industriais tiveram em 2014 o pior desempenho desde 2009, afirma CNI

  • Por Agência Estado
  • 03/02/2015 16h07
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FOTO: Reprodução Depois de três meses em alta

Os indicadores que retratam o quadro de atividade da indústria brasileira tiveram em 2014 o pior desempenho dos últimos cinco anos e, para o início de 2015, a expectativa do setor é que o cenário de dificuldade continue.

Os dados divulgados nesta terça-feira, 3, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostraram que o faturamento da indústria teve queda de 1,8% em 2014, que foi a maior retração anual desde 2009, quando o recuo foi de 4,8%.

“O quadro da indústria em 2014 foi bastante negativo. O nível de atividade espelha as grandes dificuldades que as empresas brasileiras estão tendo: competição com produtos importados, demanda doméstica mais fraca, e queda do investimento”, explicou o gerente de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco. “Há uma relação bastante estreita entre a dinâmica da economia brasileira com o desempenho do setor industrial”, completou.

A queda nas horas trabalhadas na produção, que foi de 3,7% em 2014, também teve o pior resultado desde 2009, quando a retração foi de 8,0% no ano. Outro indicador que mostrou o pior resultado dos últimos cinco anos foi a utilização da capacidade instalada, que caiu 1,3% em 2014, também o pior desempenho desde 2009, quando o declínio foi de 2,7%.

O emprego na indústria mostrou retração de 0,7% em 2014, também o mais baixo desde a queda de 3,3% em 2009. A massa salarial, apesar de ter apresentado um crescimento de 1,5% no ano passado, mostrou desaceleração e foi o pior resultado desde 2009, quando houve retração de 2,3%.

Para 2015, a CNI espera que o cenário de dificuldade para o setor continue. “A necessidade de ajustes na política econômica, com foco na reorganização das contas, levou ao aumento de tributação e à elevação de taxa de juros. E esse quadro só agrava as dificuldades do setor industrial”, disse Castelo Branco. “As expectativas para os primeiros meses de 2015 são de continuidade do quadro de dificuldade”, completou.

*Laís Alegretti
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